SÓ GOZO COM QUEM DÁ

sexta-feira, 30 de abril de 2010

LIDER MUNDIAL

Revista Time elege Lula um dos líderes "mais influentes" do mundo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos 25 líderes mais influentes do mundo, segundo a revista Time. A sétima lista anual da publicação — divulgada nesta quinta-feira (29) no site da revista que chega às bancas nesta sexta-feira — alça o presidente Lula, de 64 anos, no topo dos líderes mundiais.

“Lula é um autêntico filho da classe trabalhadora latino-americana, que esteve preso uma vez por liderar uma greve”, afirma o cineasta Michael Moore, que se encarregou de elaborar um perfil do presidente para a revista. O texto destaca as conquistas de Lula para levar o seu país "ao Primeiro Mundo".

“A grande ironia da presidência de Lula”, escreve Moore, “é que mesmo quando tenta impulsionar o Brasil para o Primeiro Mundo com programas sociais como o Fome Zero, destinado a acabar com a fome, e planos para melhorar a educação disponível à classe trabalhadora, os Estados Unidos se parecem a cada dia mais com o Terceiro Mundo”.

Segundo o cineasta, a concentração de renda nos Estados Unidos está aumentando e ameaça deteriorar a condição econômica dos mais pobres. “O que Lula quer para o Brasil é o que nós costumávamos chamar de ‘sonho americano’. Nós, nos EUA, ao contrário, onde a parcela de 1% dos mais ricos agora tem mais riqueza financeira do que o conjunto das 95% das pessoas juntas, estamos vivendo em uma sociedade que rapidamente está ficando muito mais parecida com o Brasil”, afirma.

Diretor do documentário Sicko — S.O.S Saúde, Moore procura nesse mesmo tema a explicação para a decisão de Lula de entrar para a política — e cita um trecho da biografia do presidente brasileiro registrada no filme Lula, o Filho do Brasil: “O que levou [Lula] à política em primeiro lugar? (...) Foi quando, com 25 anos de idade, ele viu sua mulher Maria morrer aos oito meses de gravidez, junto ao filho, porque eles não tinham acesso a um sistema de saúde decente”, afirma Moore.

O cineasta — que lança o filme Capitalism: a love story — acredita que Lula deixa “uma lição para os bilionários do mundo: permitam que as pessoas tenham bom atendimento à saúde, e elas causarão muito menos problemas a vocês”.

As pessoas mais influentes do mundo são escolhidas pelo grupo de editores da Time, após uma conversa com os correspondentes da revista no exterior. Tendo uma primeira versão da lista de nomes, os jornalistas falam com personalidades que têm alguma ligação com as atividades dos escolhidos. Depois, dividem os eleitos em categorias: Líderes, Artistas, Pensadores e Heróis.

Depois de Lula, aparecem na lista da Time o presidente da empresa de computadores pessoais Acer, J.T. Wang, e o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o almirante Mike Mullen, o presidente americano, Barack Obama (que ocupa o quarto lugar) e a presidente da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi.

Entre os líderes em destaque também estão a ex- governadora do Alasca e ex-candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin; o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, Yukio Hatoyama e Salam Fayyad, e o chefe do Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

Fonte: Vermelho.org

INVEJA

quinta-feira, 29 de abril de 2010

As calúnias

O boato é um vírus político


Zillah Branco

Para a direita mais retrógrada, os que lutaram contra a ditadura e os desmandos da elite histórica no Brasil, são condenáveis e merecedores de campanha caluniosa. É o que hoje a indústria midiática está fazendo contra a candidata Dilma Rousseff, com todos os recursos da tecnologia alternativa - da internet, aflorando na mídia, às cartas escritas à mão, além das fofocas espalhadas pelo vento.

O famoso “boato”, arma utilizada fartamente durante a Inquisição ou o fascismo, é um veneno corrosivo que afeta os mal informados deseducando-os socialmente, deformando as consciências. Deveria ser considerado um crime contra a sociedade.

As calúnias criadas para transformar em monstro uma jovem militante que enfrentou corajosamente a opressão política e policial em defesa da liberdade no Brasil sob a ditadura, revelam o ódio neurótico dos que inspiraram os torturadores mais boçais na implantação do terror naqueles negros anos que mancharam a história brasileira. Babam sangue, destilam veneno, poluem o ambiente mental da população que agora se levanta consciente da sua cidadania.

É o “macartismo” tupiniquim animado durante a ditadura e que hoje ocupa destacados postos de “formadores de consciência” a partir das aulas recebidas no famigerado CCC. Na ausência de uma oposição política de centro-direita com capacidade para empanar o brilho da Presidência de Lula, admirada em todo o mundo, a mídia assumiu a função de liderança como se fosse um partido político em véspera de eleição. Denigre o passado de Dilma e despreza o de Lula, com o estafado modelo da velha elite que não suporta qualquer conteúdo democrático e sonha com um Brasil dependente e de cabeça baixa.

Alguns “âncoras” da Globo emitem a sua posição pessoal, agora atribuída à “opinião pública mundial”, para censurar a amizade de Lula por Cuba e o respeito que demonstra pelos direitos do Irã. Inventam cientistas políticos e conhecedores do mundo para fazerem coro com o estribilho dos bate-orelhas do imperialismo. De um momento para outro a boataria da mídia recriou o ambiente desenhado pela ditadura há mais de meio século. E, tudo isso, cercado de frases bombásticas sobre a liberdade de pensamento e de informação. O publico vai sendo enrolado por repetidas notícias sobre crimes de sangue ou de corrupção política que envolve os eleitos do DEMO que a burocracia do sistema judiciário consegue manter em um eterno banho-maria. O nível da mídia, de fato, tornou-se rasteiro e enfadonho, talvez querendo levar as consciências dos eleitores a apagarem as conquistas dos últimos 8 anos em compasso de inanição mental. Visivelmente houve uma orquestração estratégica dessa defasada inspiração “macartista” para servir de pano de fundo à campanha eleitoral impedindo que nela sejam discutidos a sério os conteúdos do novo Brasil independente.

Em causa estará a escolha de um governo que dê seguimento ao que foi criado pelo Governo Lula, ou que retorne às ações neoliberais baseadas na priorização absoluta do mercado e no desprezo pelo papel do Estado como fez FHC nos seus dois mandatos. Ninguém esqueceu que os neoliberais desconstruíram o Estado em suas áreas fundamentais, o que resultou na estagnação da economia e na paralisia ou retrocesso em projetos de inclusão social. Prosseguir a orientação do governo de Lula e Dilma que consideram haver ainda muito a fazer para poder liquidar totalmente a miséria no país dará caráter de plebiscito à próxima eleição.

Para que não haja discussões salutares sobre como aproveitar o prestígio alcançado pelo Brasil a nível internacional pelo grande exemplo que deu na superação da crise que atingiu todo o planeta e pela capacidade de estadista de Lula que se fez respeitar como interlocutor entre países discordantes, para que a população não continue a participar nos programas de desenvolvimento social que hoje entusiasmam profissionais e humanistas de todas as nações, a mídia brasileira baixou o nível dos temas de informação para que o povo pense que voltou a chafurdar na lama anterior quando a elite dominava impondo o seu programa de vida como o único possível em um país subdesenvolvido e dominado.

Dilma foi preparada por Lula na primeira fila do Governo brasileiro e sempre agüentou corajosamente e com competência a ferocidade da oposição, incluindo a da mídia. Não é Lula, claro, é mulher, do sul, com uma experiência própria na luta. Somos a favor da diversidade quando complementa uma boa escolha anterior. Assim cresce a força do povo brasileiro, derrotando os preconceitos e o ranço oligarca do subdesenvolvimento.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

POSTE DE ILUMINAÇÃO


Invento pioneiro, do cearense Fernando Alves Ximenes



Não há limites para o fortalezense Fernando Alves Ximenes, pioneiro na construção de postes eólicos para iluminação pública no mundo. Agora, ele resolveu inventar o primeiro poste híbrido que se tem notícia. O equipamento, que gera energia a partir da iluminação solar e velocidade dos ventos, já está em pleno funcionamento no Palácio Iracema, em caráter experimental.

"O governador está apoiando o projeto e já sinalizou a utilização nos empreendimentos do Estado. Já foram feitos todos os testes e o poste está pronto para viabilizar a iluminação de rodovias, praças e estádios de futebol", comemora Ximenes, dono da Gram Eollic, empresa fabricante da invenção no Ceará.

Na extremidade do poste de 12 metros, foi colocado um avião feito com o mesmo material das aeronaves comerciais, composto por células solares de silício (para captar a luz do Sol) e hélice eólica frontal. "O avião é uma peça-chave devido à aerodinâmica. Ele gira 360 graus de acordo com a direção do vento. Ambas as energias renováveis são somadas e transmitidas para a bateria suspensa, que tem capacidade de armazenamento de 70 horas - o mesmo que sete noites, pois há um sensor desenvolvido pela nossa equipe para evitar que a lâmpada seja acionada durante o dia", afirma o inventor, que também é engenheiro mecânico. Ele garante que as vantagens sobre os postes convencionais não se limitam apenas ao aspecto ambiental, apesar do custos de implantação serem similares. "A durabilidade do equipamento é de 20 anos e a vida útil das lâmpadas Leds, utilizadas no invento, são 50 vezes maiores do que as tradicionais. Além disso, um único poste híbrido pode iluminar oito vezes mais do que os demais, sendo que a energia armazenada nele serve para mais dois outros postes", justifica.

Conforme o cearense, as energias renováveis apresentam outra vantagem. "Só em janeiro, a alta na demanda nacional foi de 13%. O sistema nacional de energia está no limite. A instalação das energias renováveis absorveriam 4% de tudo que é consumido no País e, no caso de apagão, não há interferência, pois os postes são independentes", afirma Ximenes.

Fonte: DN

FORÇAS DO ATRAZO

Principais adversários são os que estão por trás do tucanato

Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário das campanhas de Lula. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário São os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual.

Por Arlete Sampaio*, em Carta Maior

A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o que pensam e o que representam.

Uma disputa econômica, dos que defendem o protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances de desenvolvimento com a proposta de "choque de gestão" e de esvaziamento do papel do estado.

Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz, contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos.

Na disputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma barreira que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de posar como "pós-Lula".

A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o discurso de que o Brasil pode mais.

Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes. A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite política que a ela é comercialmente afiliada.

Na ânsia de conseguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura.

Naquela época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira.

Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros (Estadão e Folha) deram manchetes idênticas ("Obama ignora Lula..."), numa prova não de telepatia, mas de antipatia.

Um editorial ("O Globo", 14/4) chegou a dizer que "Lula isola Brasil na questão nuclear". Se contássemos apenas com esses jornais, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção pelo diálogo com Teerã.

Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o Brasil pode mais.

A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do terrorismo é um curioso espantalho invocado pelos próprios corvos (para usar uma imagem apropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita brasileira e em parte de sua imprensa).

A diferença sobejamente conhecida e reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o autoritarismo faz jus ao título de "jornalismo linha dura".

No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico, estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades.

Segundo estudos, o Brasil conseguiu avançar em termos sociais em ritmo mais acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos. Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas.

O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado o espírito de "é agora ou nunca" da direita em sua crise de abstinência. Os ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens preconceituosas.

Dilma é "acusada" de não ter marido, de não ter mestrado, de não ter sido parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter sido terrorista.

Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas, dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares.

O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual.

A oposição cometeu o ato falho de declarar que "o país não tem dono", mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do patrimônio público e tratou o Brasil como terra de ninguém. Mas, por sorte, o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele que contaremos quando outubro vier.

* Arlete Sampaio é médica, foi vice-governadora do DF (1995-1998), deputada distrital (2003-2006) e secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, na gestão de Patrus Ananias (2007-2009).

sexta-feira, 23 de abril de 2010

FÁTIMA BEZERRA

BRINCADEIRA DE MAU GOSTO


Por: Nomomento.com

A deputada federal Fátima Bezerra (PT) classificou como “brincadeira de mau gosto” as declarações do pré-candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, que durante visita ontem a Natal se proclamou como o “político que mais fez pelo Nordeste”.

Fátima disse que a afirmação de Serra era fruto do “delírio pré-eleitoral” e da “amnésia” do tucano sobre o “desastre de oito anos do governo do PSDB para o Rio Grande do Norte”.

“O ex-ministro de FHC tinha era que dar explicações sobre as obras paralisadas que [os tucanos] deixaram por aqui, como o viaduto de Parnamirim, a ponte de Jucurutu, a BR 405 e o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante”, declarou a petista.

Durante sua rápida passagem pela capital potiguar, Serra tentou demonstrar afinidade com o Nordeste e, em todas as entrevistas, repetiu que, quando ocupou as pastas do Planejamento e da Saúde nas duas gestões de FHC, trouxe várias obras para a região e para o Rio Grande do Norte.

José Serra citou o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante como exemplo de obra “essencial” para o Estado, mas lamentou o fato da construção estar “se arrastando”.

“É bom lembrar que Serra foi ministro do Planejamento e, durante sua gestão, não liberou nenhum tostão para as obras do aeroporto”, retrucou Fátima Bezerra.

Para a petista, Serra estaria tentando desviar a atenção da população norte-rio-grandense sobre as “realizações” do governo Lula no Estado.

“O governo Lula tem motivos para se orgulhar do que vem fazendo pelo RN. É só ver a recuperação das estradas federais, a duplicação da BR 101, a ampliação do Porto-Ilha, o terminal-pesqueiro, a recuperação e ampliação da UFRN, a criação da UFERSA, a expansão dos IFERNs (antigos CEFETs), que hoje estão espalhados em todas as regiões do Estado, o Bolsa Família, o PROUNI, o apoio à agricultura familiar, a geração de empregos, o aumento do salário mínimo, os investimentos em saneamento básico, a Refinaria Clara Camarão, ampliação do Porto de Natal, Programa Minha Casa Minha Vida”, comentou, enumerando programas e obras do governo federal.

De acordo com Fátima, a aprovação popular de quase 90% ao governo Lula, atestada pelas pesquisas de opinião, “não é por acaso”. “Só não vê quem vem ao RN fazer piada. Espero que, da próxima vez, o ex-ministro de FHC venha ao Estado falar sério. Talvez assim, seja levado a sério”, ironizou.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

PLANETA TERRA


A situação do planeta é cada vez mais crítica, pois ele está perdendo sua capacidade natural de polinizar, condicionar o ar através das plantas silvestres e reciclar nutrientes por meio dos oceanos, sem contar com a extinção de várias espécies de animais.

A intensa destruição da natureza pode causar colapsos, resultando em zonas mortas nos mares, doenças e desmatamentos, pois os pântanos, florestas, regiões costeiras e outros ambientes que reciclam o ar, a água e os nutrientes para todos os seres vivos, estão sofrendo danos irreparáveis. Para reverter tal situação é preciso que haja mudanças radicais no modo de usar a natureza para diminuir a sobrecarga dos ecossistemas.

Sabendo disso, todos devemos tomar atitudes que estabilizarão a saúde do planeta, como evitar jogar lixos, combustível em rios e mares, bem como utilizar produtos não recicláveis ou que demore muito no processo de deteriorização. Também, não desmatar e nem retirar animais do seu habitat natural. Assim, inicie já na colaboração em sustentar a terra para futuras gerações.

domingo, 18 de abril de 2010

DILMA ROUSSEFF


Por Dilma Rousseff*

Protagonista de um extraordinário enredo de progresso e amadurecimento, o Brasil está diante de um desafio imposto a poucos países. Manter a rota virtuosa traçada nos últimos anos ou pôr um freio às recentes conquistas sociais e econômicas? Promover o salto ainda maior, esperado por uma população que voltou a sonhar alto, ou retroceder aos passos lentos e sofríveis das duas décadas anteriores? Os que me conhecem sabem que, diante dessas indagações, eu fico com as primeiras respostas.

Não se trata de ver o país como uma escala binária entre o certo e o errado, entre o bom e o mau, entre o bonito e o feio. Trata-se de reconhecer a vitalidade de um momento definidor dos rumos do Brasil. Há vinte anos batendo às portas do clube dos países desenvolvidos, estamos a um passo de atravessar o seu umbral. Com estabilidade. Sem sobressaltos.

Poucas nações tiveram a oportunidade posta à disposição do Brasil. Estamos diante de uma versão nacional do Tratado de Kanagawa, firmado entre Japão e Estados Unidos, em 1854, que permitiu aos japoneses iniciar a grande virada em sua industrialização. Ou algo como a etapa seguinte à Guerra da Secessão nos Estados Unidos, quando norte-americanos se viram sob o acúmulo crescente de capital, expansão territorial e revolução nos transportes, a ponto de ultrapassarem os britânicos como a maior economia mundial. Talvez haja semelhança com o passo fundamental das reformas chinesas, iniciadas ao fim da década de 1970 por Deng Xiaoping, que impulsionaram a arrancada capaz de trazer à China a marca do gigante.

Resguardadas as circunstâncias históricas específicas de cada trajetória de desenvolvimento, o Brasil vive o seu momento. Sem se resignar à condição de cópia melhorada, mera reprodução de modelos importados, está construindo sua própria história, a partir das suas necessidades, singularidades e esperanças. Buscamos enterrar, de uma vez por todas, uma marca que se repetia de maneira exasperante: a enorme distância entre o falar e o fazer, entre o discurso e a realidade.

A gigantesca incorporação de grandes contingentes do povo ao mercado de consumo, por via do controle da inflação, das políticas sociais agressivas e da distribuição de renda, mostra que é hora de deixar o passado onde ele deve estar: para trás. Do mesmo modo, pode-se citar o fato de que, no governo Lula, do qual fiz parte, com muito orgulho, o Brasil rompeu a rotina histórica segundo a qual os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento crescerão quando crescerem os países ricos, e entrarão em crise junto com eles. Fomos os últimos a trafegar pelo terreno pantanoso da crise financeira internacional, e os primeiros a atravessá-lo. Repita-se: com estabilidade e sem sobressaltos. E sempre sob a proteção visível da democracia.

Não é boa política ignorar o passado. É preciso coragem para voltar os olhos aos erros cometidos, a fim de evitá-los no futuro. É assim que se constrói algo novo. Políticos que têm legítima ambição de chegar ao poder não podem fingir que caíram de paraquedas no meio da refrega. Como se não tivessem pisado em outros tapetes. Devem, contudo, uma vez esclarecido o que fizeram ou deixaram de fazer em suas trajetórias, voltar-se para o futuro e oferecer propostas ao julgamento do eleitor.

O Brasil é um país sedento de novas ideias, ávido por políticas públicas inovadoras que atendam às suas maiores carências. Quem aspira ao poder deve exibi-las, desde já, em vez de se preocupar apenas em depreciar o que está sendo feito. O salto para o futuro, em construção no presente, exige que se desatem alguns nós que nos prendem ao passado. Não há exemplo mais importante dessa imposição do que o caráter indispensável, fundamental, de uma educação de qualidade.

A educação é um dos gargalos para o desenvolvimento sustentado e para a elevação definitiva do padrão de vida dos brasileiros. O Brasil tem pressa. Enfrentará em breve – e nesse assunto não medimos o tempo por décadas ou anos, mas por meses – os desafios da sociedade do conhecimento. Precisa superar um atraso de raiz secular e, ao mesmo tempo, saltar para um futuro de acesso pleno, democrático, popular, à educação, ao ensino, à informação. Com rapidez. Sem pestanejar.

O governo Lula lançou as bases para essa nova etapa do desenvolvimento brasileiro. Retirou a política educacional de um estado de lassidão e a levou a uma mudança de paradigma. Ainda que se deva reconhecer que no governo anterior houve significativo investimento no aumento da escolaridade, no incremento do número de matrículas e na efetiva implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na virada do milênio esses acertos se mostraram escassos para a exigência da nação. Houve negligência em relação ao ensino médio, estagnação do ensino técnico, paralisia das universidades públicas – com a duvidosa contrapartida de uma concepção privatista da educação, estimulando a criação desenfreada de escolas e faculdades particulares.

Lula reconstruiu a gestão da educação brasileira. Corrigiu a política da indiferença e estabeleceu novas prioridades – menos teóricas do que práticas, realizadas de fato ao longo de seu governo: uma política integrada de ensino, da creche à universidade; universalização da educação básica de qualidade; democratização do acesso ao ensino; garantia de permanência dos alunos na escola; superação da exclusão por classe social, etnia ou gênero; fortalecimento da relação do ensino com o trabalho; e, por último, mas, no entanto, mais importante, valorização dos profissionais da educação.

A revolução na educação brasileira não está marcada para começar no ano que vem. Começou com Lula, a partir de tudo o que havia sido construído antes dele, e a despeito de tudo o que se deixou de fazer antes que ele chegasse à Presidência. Política educacional – boa ou má – demora a mostrar resultados, e não pode ser feita aos soluços, mas como processo, caminhada constante. O espaço deste artigo, mesmo que generoso, não é suficiente para enumerar o que se fez nos últimos sete anos pela educação. A campanha eleitoral oferecerá o tempo necessário. O mais oportuno, aqui, é falar do próximo grande passo. O pulo do gato, talvez. O movimento que pode significar a diferença entre um salto para o futuro e uma volta à estagnação.

Assegurada a continuação das mudanças implantadas por Lula, a revolução evoluirá naturalmente para a ampla democracia no acesso à informação, à tecnologia, à cultura e, para usar a expressão mais contemporânea que resume tudo isso, ao conhecimento. O próximo grande passo é o pleno direito popular de acesso à internet em alta velocidade. Quanto maior a capacidade de um povo de processar informações complexas, mais conhecimento, riqueza e poder esse povo terá. A inclusão digital é uma exigência econômica, social e cultural, imprescindível para a competição entre os países e para as necessidades dos cidadãos.

Há enormes desigualdades a vencer nesse campo. Tão acentuadas ou até maiores que as que separam os brasileiros pobres e ricos em outros ramos de atividade. Mas nós temos um compromisso: superar a exclusão digital e, já numa primeira etapa, democratizar e universalizar o uso da internet de maneira massiva nas escolas públicas de todo o país. Nós temos os meios e os recursos para promover a revolução digital na educação. Teremos, inclusive, amparo legislativo, com uma lei, de autoria do senador do meu partido, Aloizio Mercadante, que prevê o uso intensivo de banda larga e a produção de material didático digitalizado em todas as escolas públicas.

Não vai demorar muito para que o Brasil seja, também, um país democrático quanto ao acesso pleno à informação. Essa revolução já começou nas escolas. E levará sua riqueza para todos os professores e estudantes do país.

*Dilma Rousseff é candidata do PT à Presidência da República

1º ENCONTRO AEROMODELISMO

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A PIOR BANCADA DO BRASIL


Senadores do RN são os piores do Brasil 

A constatação é feita pelo site Transparência Brasil:
Os três senadores do Rio Grande do Norte são os menos produtivos do país.
De acordo com o site, os senadores Garibaldi Alves Filho (PMDB), José Agripino (DEM) e Rosalba Ciarlini (DEM) apresentaram somente 17 proposições.

Ainda assim, nenhuma das referidas proposições foi aprovada.
 
Garibaldi: 8º ano de mandato atual - Não tirou nem a bucha do côco.
 
Agripino:  8º ano do atual mandato -Vacum em todos os sentidos.
 
Rosalba:  4º ano de mandato atual - Só não é insossa porque tem no nome. 


ATENÇÃO MINHA GENTE

NÃO JOGUEM FORA ESTA OPORTUNIDADE

RENOVEM OS SENADORES

NÃO REELEJAM

quarta-feira, 14 de abril de 2010

PESQUISA SENSUS

 Nova pesquisa desmente Datafolha e reforça crescimento de Dilma

A pesquisa Sensus, divulgada nesta terça-feira e que mostra empate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff e José Serra, não surpreendeu o PT. O PSDB, no entanto, colocou dúvidas sobre a veracidade do resultado, repecutindo uma estratégia que também foi usada pela mídia: a de colocar em dúvida os resultados que são desfavoráveis ao candidato tucano.

Segundo a sondagem, Serra tem 32,7% das intenções de voto, enquanto Dilma aparece com 32,4%; Ciro Gomes (PSB) com 10,1% e Marina Silva (PV), 8,1%. Votos brancos ou nulos somam 7,7%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A pesquisa, encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de São Paulo, foi realizada entre os dias 5 e 9 de abril, em 136 municípios de 24 Estados, e ouviu 2 mil pessoas. O levantamento foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral sob o número 7594/2010, em 05 de abril.

Segundo a pesquisa, quando a lista de candidatos exclui Ciro Gomes (PSB), José Serra (PSDB) tem 36,8% da preferência, Dilma Rousseff (PT), 34%, e Marina Silva (PV), 10,6%. Nesse cenário, os votos brancos e nulos somam 9,1% e 9,5% dos eleitores consultados ficou sem responder.

Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, os tucanos ficam na frente, com 41,7% dos votos válidos, enquanto a candidata petista atrai 39,7% dos eleitores consultados, dentro da margem de erro, o que configura empate técnico. Os votos brancos e nulos chegam a 10,1% e 8,5% das pessoas ouvidas não responderam.

Dilma cresceu quase cinco pontos e Serra caiu

Na pesquisa Sensus realizada no final de janeiro, ainda que não possa ser comparada com a atual pois são pesquisas com contratantes diferentes, José Serra aparecia com 33,2% e Dilma com 27,8%; Ciro Gomes (PSB), vinha em terceiro com 11,9% e Marina Silva (PV) ficava em 6,8%.

No segundo cenário, em que Ciro está fora da disputa, Serra tinha com 40,7% e Dilma 28,5%. Marina chegava a 9,5%.

Nos dois casos, nota-se um evidente crescimento da candidata petista. Na disputa em que Ciro participa, Dilma saltou de 27,8% em janeiro para 32,4% agora (crescimento de 4,6 pontos percentuais) e Serra caiu de 33,2% para 32,7% (queda de 0,5 pontos). No segundo cenário, sem Ciro, Dilma sobe aind mais, passando de 28,5% para 34% e Serra cai de 40,7% para 36,8%.

Dilma tem menor rejeição, lidera espontânea e Lula transfere mais votos

O Sensus também realizou a pesquisa espontânea, na qual não são apresentados os nomes dos candidatos ao entrevistado. Dilma, então, aparece em primeiro lugar, com 16%. O presidente Lula, que não será candidato nas próximas eleições, tem 15,3%. Serra aparece em terceiro com 13,6%. Marina tem 2,5% e Ciro, 1,6%.

O levantamento analisou ainda a rejeição dos candidatos e a capacidade de transferência de votos de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Marina Silva é a que tem maior taxa de rejeição: 30,7% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum dela. A taxa de rejeição de Serra é de 28,1%, a de Ciro, de 27,9% e a de Dilma, de 26,3%.

Já Lula é o que tem maior capacidade de transferir votos: 24,7% dos eleitores afirmaram que o candidato do Lula é o único no qual votaria, enquanto 36,9% dizem que poderiam votar nele. Já para Fernando Henrique, esses percentuais são, respectivamente, de 5,1% e 23,3%. Outros 19,3% disseram que não votariam no candidato de Lula, enquanto 49,9% não votariam no candidato de FHC.

Fonte: Vermelho.org

terça-feira, 13 de abril de 2010

IGREJA E PEDOFILIA

Uma chance de ouro

Por Gabriel Perissé

Em lugar de acusar a mídia de persegui-la, a igreja católica, diante do crime de pedofilia cometido por sacerdotes, tem a oportunidade única de, contando com apoio da própria mídia, lavar os paramentos em praça pública. Por que não dar início a uma reforma moral dentro de seus seminários, dentro de suas instituições? Por que não admitir que faltou interesse, faltou firmeza por parte do próprio Vaticano em investigar e punir os casos notórios de pedofilia? Todos, católicos e não católicos, aguardam respostas claras daqueles que, a começar pelos papas e bispos, em seus discursos e documentos, apelam para os direitos humanos, o direito à vida, o direito à liberdade.

O crime da pedofilia ocorre dentro da igreja católica, sim, e de outras igrejas, e de outros grupos religiosos, de escolas, de famílias etc. Não vem ao caso procurar saber quem ocupa o primeiro lugar das estatísticas (sujeitas a tanta falta de denúncias e informações!), não se trata de minimizar o que ocorre ali porque acolá a situação é mais grave. Esperamos que todos esses casos sejam denunciados, que as vítimas sejam socorridas, que os que correm risco sejam protegidos. Quanto à igreja, porém, espera-se mais, uma vez que ela própria se apresenta como referência moral. O mínimo que se exige, portanto, é que a Igreja, agora sem mais delongas ou ambiguidades, trate do assunto com rigor e coerência.

Escândalos e imagem

A igreja preocupa-se com sua imagem institucional. Sob o pretexto de não causar escândalo, tentou abafar os casos, o que é ainda mais escandaloso. Padres foram transferidos de paróquias e dioceses, autoridades fizeram vista grossa, pessoas que se queixaram com o bispo não foram ouvidas, foi adotada, enfim, uma antiga atitude, bem típica da política eclesiástica, "prudencial":sapere soprassedere.

Este "saber protelar", que Ratzinger praticou em tantas ocasiões envolvendo questões doutrinais e de disciplina interna, a exemplo de outros bispos e papas, não deu certo desta vez porque desta vez prudente seria agir com rapidez. Está aí, para comprovar o erro do adiamento, o que aconteceu com os Legionários de Cristo, instituição que recebeu tanto apoio da Igreja e agora está definitivamente desmoralizada. Melhor (ou pior) exemplo do que este impossível. O tal adiamento prudencial fomentou a "cultura do silêncio", silêncio que, ao se quebrar, provocou muito barulho, sobretudo num tempo em que tudo se torna público num clicar de mouse. A única saída decente: que os fatos sejam noticiados e esclarecidos.

A imagem da igreja católica sob Bento 16 está muitíssimo prejudicada. Este pontífice deve agora tomar providências, anunciá-las claramente, permitir que todos saibam, inclusive a polícia e a justiça. O problema do papa, contudo, é que, puxando o fio solto do tecido esfarrapado, faça-nos ver outra vez, de modo inegável, que a questão não se restringe a alguns padres de paróquia. Virão à luz novos nomes de altas autoridades, como já aconteceu antes. Autoridades coniventes ou, pior ainda, criminosos a merecer mais do que a punição canônica de se recluírem a um mosteiro e rezar pelo resto da vida, como aconteceu com o famigerado padre Marcial Maciel.

CÓDIGO

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA



Após dois anos de discussão, 400 delegados médicos definiram novas regras em relação ao direitos dos pacientes e os deveres dos profissionais da medicina.

São 188 novos artigos que entram em vigor nesta terça-feira, dia 13. 19 deles sintetizam as principais mudanças.




1- LETRA LEGÍVEL
A receita e o atestado médico têm de ser legíveis e devem ter a identificação do médico

2-DIREITO DE ESCOLHA
O médico deve apresentar todas as possibilidades terapêuticas ( cientificamente reconhecidas ) e aceitar a escolha do paciente

3-CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
O paciente precisa dar o consentimento a qualquer procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte

4-ABANDONO DE PACIENTE
O médico não pode abandonar seu paciente

5-PACIENTES SEM PERSPECTIVA DE CURA
O médico deve evitar procedimentos desnecessários nesses pacientes. Em caso de doenças incuráveis, deve oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, levando sempre em conta a opção do paciente

6-PRONTUÁRIO MÉDICO
O paciente tem direito a receber a cópia do prontuário médico

7-SEGUNDA OPINIÃO
O paciente tem direito a uma segunda opinião e a ser encaminhado a outro médico

8-ANÚNCIOS PROFISSIONAIS
É obrigatório incluir o número do CRM em anúncios dessa natureza

9-PARTICIPAÇÃO EM PROPAGANDA
O médico não pode participar de propaganda

10-RECEITA SEM EXAME
O médico não pode receitar sem ver o paciente, seja por meio de veículo de comunicação ou internet

11-RELAÇÕES COM FARMÁCIAS
O médico não pode ter relação com o comércio e a farmácia

12-SIGILO MÉDICO
O sigilo médico deve ser preservado, mesmo após a morte do paciente

13-CONDIÇÕES DE TRABALHO
O médico pode recusar a exercer medicina em locais inadequados

14-DENÚNCIA DE TORTURA
O médico é obrigado a denunciar tortura, isso vale para atendimento de possíveis vítimas de violência doméstica, por exemplo

15-DESCONTOS E CONSÓRCIOS
O médico não pode estar vinculado a cartões de descontos e consórcios, em especial na área de cirurgia plástica

16-FALTA EM PLANTÃO
Abandonar plantão é falta grave

17-MANIPULAÇÃO GENÉTICA
O médico não pode participar de manipulação genética

18-SEXAGEM
A escolha do sexo do bebê é vedada na reprodução assistida

19-MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
O paciente tem direito de decidir sobre os métodos contraceptivos que deseja usar

domingo, 11 de abril de 2010

BRASIL PRÁ GENTE DELES

CANDIDATO DEMOTUCANO

Serra é o candidato da direita

Fracassado Collor – em cujo governo os tucanos se preparavam para entrar -, FHC assumiu a heranca do projeto neoliberal no Brasil. Norteou-se por seus mentores, Mitterrand e Felipe Gonzalez, e achou que se daria bem sendo seu continuador no Brasil, que era a a via que lhe restava para realizar seu sonho de ser presidente.

Assumiu com todo o ímpeto, achando que ia se consagrar. A ponto de ter proferido um conjunto de besteiras, como, entre outras, a de que ”A globalização é o novo Renascimento da humanidade”. E lá foi ser “droit” na vida.

Vestiu a carapuça que Roberto Marinho procurava. Se atribui a ele a frase, diante da queda tão chorada do Collor: “Foi o último presidente de direita que conseguimos eleger”. Se supunha que tinham de buscar em outras hostes o continuador de Collor. E acharam FHC.

Que teve a audácia de chamar o PFL, partido nascido da ditadura, com ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen, como seus dirigentes pára- representativos, que tentavam se reciclar para a democracia, buscando apagar seu passado. Tucanos e pefelistas foram a base de sustentação firme do governo, que agregou o PMDB (governista, como sempre) e outros partidos menores.

Esse foi o eixo partidário do projeto neoliberal de FHC. Que pretendia ser para o Collor o que o Toni Blair foi para a Thatcher: deixar que Collor fizesse o trabalho mais sujo do neoliberalismo – privatizações, abertura da economia, enfraquecimento substancial do Estado, precarização das relações de trabalho -, para que ele aparecesse como a “terceira via”. Como Collor fracassou, FHC teve que vestir o tailler da Thatcher e implementar a ortodoxia neoliberal.

Serra nunca se deu bem com FHC – como, aliás, com ninguém, com seu gênio de turrão, de mal humorado, que nunca sorri, que atropela a tudo e a todos que vê como obstáculos. Serra sempre disputou com FHC dentro dos tucanos, era seu rival. Perdeu e teve que aceitar o Ministério do Planejamento do governo, sem poder algum, mas tendo que referendar o Plano Real. Depois foi para a Saúde, para tentar preparar sua candidatura à presidência. Tentou manter distância do governo de FHC, sabendo que quem se identificasse com o governo, perderia. Não consegui e foi derrotado fragorosamente no segundo turno.

Em 2006, temeu por uma nova e definitiva derrota, além do que, pessoa com péssimas relações com todo mundo, perdeu para Alckmin o foro interno dos tucanos e teve que se contentar com esperar. Volta agora como o candidato do bloco que passou a ocupar o espaço da direita no campo político brasileiro.

A oposição aceita Serra não de bom grado, em primeiro lugar porque ele tem relações ruins com todos. Em segundo, porque ele não quer assumir o figurino – vestido com desenvoltura por FHC, por Sergio Guerra, por todo o DEM – de bater duro no governo Lula, de assumir claramente o papel de oposição ao governo. Porque Serra sabe que o sucesso do governo Lula demonstra que esse é um caminho seguro de derrota.

É um casamento de conveniência, mas não havia outro lugar se Serra ainda tem alguma esperança de ser presidente. Às vezes, pela fisionomia e pelas palavras dá a impressão que ele sai candidato com resignação, consciente que é sua ultima oportunidade, mas que sabe que vai para o matadouro, para a derrota inevitável.

O campo político não é definido pela vontade das pessoas. Ele tem uma objetividade, resultado dos enfrentamentos e das construções de força e de aliança de cada bloco. A bipolaridade não é um desejo, é uma realidade. São dois grandes blocos que se enfrentam, com programas, forças sociais, quadros, objetivos e estratégias contrapostas.

Dilma representa o aprofundamento do projeto de 8 anos do governo Lula, ocupa o espaço da esquerda no campo político. Serra representa as mesmas forças que protagonizaram os 8 anos do governo FHC, que implementou o neoliberalismo no Brasil, governo de que o próprio Serra foi ministro todo o tempo. São dois projetos, dois países distintos, dois futuros diferenciados, para que o povo brasileiro os compare de decida.

Por Emir Sader

terça-feira, 6 de abril de 2010

VATICANO

Entre o silêncio e o crime

Por Alberto Dines

O Vaticano está desnorteado. Como Estado e como religião. A inédita situação ficou visível na Sexta-Feira Santa, quando o reverendo Raniero Cantalamessa – pregador da Casa Papal há 30 anos – comparou as críticas mundiais à hierarquia católica com as acusações e calúnias que sofreram os judeus durante séculos.

"O uso de estereótipos, a passagem da culpa e responsabilidade pessoal para a culpa coletiva lembram os aspectos mais vergonhosos do anti-semitismo", disse o pregador. Horas depois ele foi desautorizado pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Intelectual de alto nível, o sacerdote franciscano Cantalamessa serviu-se de uma metáfora no mínimo insultuosa: ao longo de mais de um milênio as acusações aos judeus de praticarem assassinatos rituais (justamente na época do Pessach sempre próximo da Páscoa cristã) partiram de delirantes pregadores que percorriam a Europa clamando por castigos para os assassinos de Cristo. Impossível registrar o número depogroms, chacinas, linchamentos, violações e expulsões que se seguiram às desvairadas prédicas.

Uma coisa é certa: o preconceito cristão anti-semita solidificou-se e tornou-se institucional. Sobre ele erigiram-se nos séculos 15 e 16 as inquisições ibéricas e, no fim do 19, o anti-semitismo nacionalista e "científico" do qual o nazismo é o fruto mais sanguinário.

Jogo político

O reverendo Cantalamessa, não obstante os atributos intelectuais e espirituais, pecou: mentiu, caluniou, tentou subverter a história imaginando que com isso barraria a onda de críticas contra a tibieza da hierarquia católica diante dos abusos praticados por sacerdotes.

Foi um ato desesperado de um Estado que, de repente, se sente sitiado e vê-se obrigado a apelar para a religião que o sustenta. Desvendou a grande contradição que a ambos fragiliza. Religiões veneram monumentos sagrados, mas transcendem o espaço e o tempo; os mandamentos da fé não podem impor-se à legalidade dos Estados onde é praticada.

A omissão da hierarquia católica diante da avassaladora onda de abusos sexuais partiu de uma premissa enganosa que as Concordatas do Vaticano com países católicos – inclusive o Brasil – só aumentaram: as leis canônicas devem reger apenas a comunidade espiritual, os códigos civis regem as relações sociais. Abuso sexual é pecado, mas antes disso é crime e os crimes devem ser punidos mesmo quando praticados porcidadão especiais, os sacerdotes.

O celibato e os votos de castidade têm sido apontados como os principais responsáveis pelos desvios sexuais, pelos casamentos clandestinos de sacerdotes, pelo desestímulo às novas vocações e, sobretudo, pela evasão de religiosos já ordenados.

Esta é uma questão para os teólogos. O que tem garantido a impunidade dos pecadores e criminosos é uma questão política: raros são os Estados rigorosamente seculares. Nos Estados Unidos há um pseudo-secularismo que se mantém apenas como fator de equilíbrio confessional, controlador de eventuais hegemonias. Neste território semi-secular, vagamente laico, a igreja católica impõe os seus parâmetros, seus valores e suas leis. O mesmo acontece na Irlanda e na Alemanha. Nestas circunstâncias, até mesmo a mídia torna-se pseudo-secular, acomodando-se às dubiedades e ao jogo político delas resultantes.

Fanatismo e politização

Esta é a explicação para uma impunidade cínica que estimulou e agigantou a pedofilia. De repente, por casualidade ou causalidade estatística, a revelação e o choque nos dias mais sagrados do cristianismo.

Culpar o papa Bento 16 por esta situação é pérfido. O pontífice João Paulo 2º foi o grande protetor do padre Marcial Maciel, criador da Legião de Cristo. Quem puniu o mexicano e enquadrou publicamente sua entidade foi Bento 16 (ver "A `Legião´ desmorona, ninguém noticia").

A igreja católica enredou-se na sua hegemonia, esta é a verdade. A saída irônica, paradoxal, seria abrir mão dela. O que poderia reverter a atual dinâmica antivaticanista e amenizar o estresse seria a compreensão de que Estados e instituições verdadeiramente seculares – sobretudo a imprensa – são capazes de divulgar com serenidade e punir com severidade os abusos cometidos sob o manto da religião.

Esta não é uma questão que se situa apenas no âmbito teológico ou canônico da igreja católica. Esta é uma questão política capaz de reforçar a espiritualidade das religiões e torná-las menos sujeitas ao fanatismo e à politização.

Martinho Lutero surgiu e fortaleceu-se no meio de um terremoto de idêntica dimensão.



FARSA

COMO FARSA, A REPRICE DE 2006


Por Luiz Carlos Azenha


Em 2005 e 2006 eu era repórter especial da TV Globo. Tinha salário de executivo de multinacional. Trabalhei na cobertura da crise política envolvendo o governo Lula.

Fui a Goiânia, onde investiguei com uma equipe da emissora o caixa dois do PT no pleito local. Obtivemos as provas necessárias e as reportagens foram ao ar no Jornal Nacional. O assunto morreu mais tarde, quando atingiu o Congresso e descobriu-se que as mesmas fontes financiadoras do PT goiano também tinham irrigado os cofres de outros partidos. Ou seja, a “crise” tornou-se inconveniente.

Mais tarde, já em 2006, houve um pequena revolta de profissionais da Globo paulista contra a cobertura política que atacava o PT mas poupava o PSDB. Alguns dos colegas sairam da emissora, outros ficaram. Como resultado de um encontro interno ficou decidido que deixaríamos de fazer uma cobertura seletiva das capas das revistas semanais.

Funciona assim: a Globo escolhe algumas capas para repercutir, mas esconde outras. Curiosamente e coincidentemente, as capas repercutidas trazem ataques ao governo e ao PT. As capas “esquecidas” podem causar embaraço ao PSDB ou ao DEM. Aquela capa da Caros Amigos sobre o filho que Fernando Henrique Cardoso exilou na Europa, por exemplo, jamais atenderia aos critérios de Ali Kamel, que exerce sobre os profissionais da emissora a mesma vigilância que o cardeal Ratzinger dedicava aos “insubordinados”.

Aquela capa da Caros Amigos, como vimos estava factualmente correta. O filho de FHC só foi “assumido” quando ele estava longe do poder. Já a capa da Veja sobre os dólares de Fidel Castro para a campanha de Lula mereceu cobertura no Jornal Nacional de sábado, ainda que a denúncia nunca tenha sido comprovada.

Como eu dizia, aos sábados, o Jornal Nacional repercute acriticamente as capas da Veja que trazem denúncias contra o governo Lula e aliados. É o que se chama no meio de “dar pernas” a um assunto, garantir que ele continue repercutindo nos dias seguintes.
Pois bem, no episódio que já narrei aqui no blog eu fui encarregado de fazer uma reportagem sobre as ambulâncias superfaturadas compradas pelo governo quando José Serra era ministro da Saúde no governo FHC. Havia, em todo o texto, um número embaraçoso para Serra, que concorria ao governo paulista: a maioria das ambulâncias superfaturadas foi comprada quando ele era ministro.

Ainda assim, os chefes da Globo paulista garantiram que a reportagem iria ao ar. Sábado, nada. Segunda, nada. Aparentemente, alguém no Rio decidiu engavetar o assunto. E é essa a base do que tenho denunciado continuamente neste blog: alguns escândalos valem mais que outros, algumas denúncias valem mais que outras, os recursos humanos e técnicos da emissora — vastos, aliás — acabam mobilizados em defesa de certos interesses e para atacar outros.

Nesta campanha eleitoral já tem sido assim: a seletividade nas capas repercutidas foi retomada recentemente, quando a revista Veja fez denúncias contra o tesoureiro do PT. Um colega, ex-Globo, me encontrou e disse: “A fórmula é a mesma. Parece reprise”.

Ou seja, podemos esperar mais do mesmo:

– Sob o argumento de que a emissora está concedendo “tempo igual aos candidatos”, se esconde uma armadilha, no conteúdo do que é dito ou no assunto que é escolhido. Frequentemente, em 2006, era assim: repercutindo um assunto determinado pela chefia, a Globo ouvia três candidatos atacando o governo (Geraldo Alckmin, Heloisa Helena e Cristovam Buarque) e Lula ou um assessor defendendo. Ou seja, era um minuto e meio de ataques e 50 segundos de contraditório.

– O Bom Dia Brasil é reservado a tentar definir a agenda do dia, com ampla liberdade aos comentaristas para trazer à tona assuntos que em tese favoreçam um candidato em detrimento de outro.

– O Jornal da Globo se volta para alimentar a tropa, recorrendo a um grupo de “especialistas” cuja origem torna os comentários previsíveis.

– Mensagens políticas invadem os programas de entretenimento, como quando Alexandre Garcia foi para o sofá de Ana Maria Braga ou convidados aos quais a emissora paga favores acabam “entrevistados” no programa do Jô.

A diferença é que, graças a ex-profissionais da Globo como Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e outros, hoje milhares de telespectadores e internautas se tornaram fiscais dos métodos que Ali Kamel implantou no jornalismo da emissora. Ele acha que consegue enganar alguém ao distorcer, deturpar e omitir.

É mais do mesmo, com um gostinho de repeteco no ar. A história se repete, agora com gostinho de farsa.

Querem tirar a prova? Busquem no site do Jornal Nacional daquele período quantas capas da Veja ou da Época foram repercutidas no sábado. Copiem as capas das revistas que foram repercutidas. Confiram o conteúdo das capas e das denúncias. Depois, me digam o que vocês encontraram.

Copy Terror do Nordeste.

ENVELHECIMENTO

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ENVELHECIMENTO

Vida e morte no discurso da mídia

A morte é o destino de todo ser humano. Mesmo que laboratórios dos quatro cantos do mundo dediquem esforços e recursos bilionários para retardar o encontro com o fim da existência e que tenha se tornado possível adiá-la por períodos cada vez mais longos, ainda não há como escapar de sua prescrição. A morte continua soberana: é questão de tempo. A vida é um fenômeno finito.

Imortais todos seremos, em maior ou menor grau, na memória e no afeto de nossos familiares e amigos. Imortais todos seremos, em diferentes medidas, a depender do legado que deixarmos, da contribuição que fizermos para a nossa comunidade, a cultura e a civilização. Nosso corpo, entretanto, não foi feito para atravessar os anos sem decair e perecer.

Ainda que tal realidade seja suficientemente conhecida e constitua a única certeza que jamais foi ofendida, na maioria dos agrupamentos humanos a morte resulta quase sempre em surpresa, imenso pesar, terrível sentimento de perda e enorme saudade. É difícil conformar-se com a condição de seguir vivendo sem a companhia de pessoas da família, os entes mais queridos ou profundamente admirados.

Fórmulas de longevidade

A morte por motivo tolo ou fútil, por descuido, azar ou "obra do acaso", provoca perplexidade. A morte violenta, causada por desastres naturais ou pela ação humana criminosa, é traumática, gerando inconformismo, revolta e desejo de vingança. A morte em conseqüência de dramas sociais como a fome, a miséria, o frio e o abandono deveria ensejar protestos políticos capazes de comover a sociedade civil e o Estado.

Pensar na idéia da própria morte causa ainda mais transtorno, já que contraria o instinto mais poderoso que a natureza animal impõe à conduta humana: o da sobrevivência. O tema, na maioria das vezes, é evitado e desencadeia uma resistência visceral.

A superação de tal angústia virá com menos ou mais facilidade de acordo com a ótica empregada para ver a vida. Crenças filosóficas, religiosas ou espirituais oferecem ensinamentos e explicações que amenizam o impacto sofrido pelos que ficam, criando uma estratégia eficaz para aceitar a morte. Ao longo da história, muitas sociedades conceberam mitologias para abordar o tema e atribuíram significados transcendentes ao ato de morrer, o que foi bastante útil para que elas seguissem adiante, cumprindo a missão permanente de organizar a sucessão das gerações.

Contra a morte, também apostamos com fé e devoção no progresso da ciência, objeto de culto fanático para milhares de pessoas. A ela é designada a tarefa de pesquisar as fórmulas da longevidade e da ampliação da esperança de vida.

Abordagem serena sobre o ciclo vital

O envelhecimento, por sua vez, precede a conclusão definitiva da jornada da vida e é o último caminho tomado pelos humanos antes de desaparecerem para sempre. A velhice é a vizinha mais próxima da morte. Envelhecer é chegar cada vez mais perto do fim.

Por tais razões, e por vir, muitas vezes, acompanhada de dores, debilidades e enfermidades, a velhice é temida, rejeitada e escondida, sobretudo na civilização ocidental. Mecanismos para detê-la ou afastá-la surgem de todos os lados. Diversos deles acabam por gerar enormes benefícios ao bem-estar das pessoas, o que merece aplausos. Em alguns campos da atividade humana, o engajamento em ações contra o envelhecimento é intenso.

A medicina trabalha freneticamente para chegar a procedimentos clínicos ou cirúrgicos que restaurem o ânimo dos corpos atingidos pela ação implacável do tempo. Os profissionais que se dedicam aos tratamentos estéticos, em particular, estão com os consultórios lotados e a agenda indisponível. A indústria farmacêutica se encarrega de acomodar em embalagens atraentes qualquer descoberta que acene com a mínima possibilidade de vitória sobre o envelhecimento. A indústria de cosméticos lança apelos freqüentes para apagar ou disfarçar os sinais considerados típicos da idade.

O ruim é quando a intenção positiva presente em cada uma das iniciativas mencionadas é substituída pela manipulação perversa do medo da morte, representado pelo horror ao envelhecimento. Tal atitude é desleal, pois explora talvez a maior das fraquezas humanas. O ideal seria incentivar uma abordagem serena, natural e verdadeira sobre o ciclo vital, que valorizasse todos os seus momentos e trabalhasse com o melhor de cada um deles.

Ficam reservadas as caricaturas

E os meios de comunicação, como retratam o envelhecimento?

Raramente, os conteúdos produzidos pelo jornalismo e pela publicidade para veiculação na mídia ousam algo diferente e se arriscam a contrariar o paradigma dominante. De modo geral, são conservadores e reproduzem a repulsa e o medo usados como estratégia pela maioria das pessoas para se comportar diante do envelhecimento. Em determinadas ocasiões, a mídia simplesmente se recusa a abrir espaço para o "envelhecer", processo tido como desagradável e incômodo, que afugenta e assusta o público.

O jornalismo e a publicidade quase sempre se limitam a amplificar e a divulgar as atitudes vigentes no meio social sobre tais assuntos. São os arautos das novidades químicas ou tecnológicas que prometem preservar a mocidade e os responsáveis por definir a forma adequada de como devemos parecer, aos olhos dos outros e aos nossos próprios olhos, se quisermos manter distância de segurança em relação ao envelhecimento, considerado algo maldito.

Movida pelo jornalismo e pela publicidade de pobre reflexão, certa mídia prefere e exalta os tipos jovens, atléticos e vigorosos, como se estivessem exclusivamente concentrados aí os maiores potenciais do ser humano. Como se somente eles pudessem ser belos, saudáveis e sensuais. No entendimento de certa mídia, a beleza, a saúde e a sexualidade viraram patrimônio de uma faixa etária onde cada vez mais cabe menos gente.

Aos velhos, ficam reservadas as caricaturas. Sua humanidade é plana, rasa. Quase nunca são pessoas como as outras, sexuadas, bem dispostas, fortes e frágeis ao mesmo tempo. A idade avançada tem o poder de banir qualquer outra apresentação que se possa fazer sobre a sua personalidade.

Um poema inesquecível

Máquina de fabricar consumidores, a mídia comercial quase sempre elege um modelo de aparência física e performance corporal que deve ser alcançado a todo custo, sob pena de desterro social e psíquico. E para vencer tal desafio propõe a indispensável aquisição desse ou daquele produto ou serviço. A opção pela juventude é estratégica: ela é algo que perdemos pelo menos um pouco, inevitavelmente, a cada hora que passa. Efêmera, se esvai rapidamente por entre os dedos, escapa, some, deixando a marca indelével da nostalgia. Logo, cria indivíduos que sofrem de um profundo sentimento de inadequação. Saudosos, carentes e dispostos a comprar de tudo para recuperar o tempo que passou. Quem não quer descobrir a fonte da eterna juventude? Quem não quer parar os ponteiros do relógio e, assim, impedir a decadência e o fim?

Já o jornalismo e a publicidade de alta qualidade não amaldiçoam o envelhecimento. Pelo contrário, o consideram como parte do testemunho humano sobre a Terra. O jornalismo e a publicidade de elevado padrão são capazes de compreender a vida como uma bela passagem. Recusam os super heróis e os vampiros. Encaram o transitório, o vulnerável e o precário da experiência humana como as dimensões que definem sua infinita riqueza e sua maravilhosa complexidade. Para eles, é viável viver com alegria e auto estima elevada todas as fases da vida e é possível tratar o envelhecimento como uma etapa fascinante que integra a narrativa de nossa existência, sendo capaz, em alguns casos, de transformá-la em um poema inesquecível.

Por Rogério Faria Tavares em 30/3/2010
Observatório da Imprensa.