SÓ GOZO COM QUEM DÁ

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Brasileirinho

http://www.youtube.com/watch?v=srhRs5zGtbU

GOSTA


Olimpíada fora do ar: o que mais a Globo esconde?


Inúmeros colegas da imprensa já deram o recado: a audiência dos Jogos Olímpicos de Inverno foi surpreendente. Quem achava que a Record ia entrar numa fria se deu mal.


Por Marco Antonio Araujo, no blog O Provocador

O povo não é bobo. É capaz de ligar seu televisor para conhecer e se encantar com novidades. O brasileiro é curioso e tem bom gosto. Não é o estúpido que alguns barões da mídia acham.


O que me interessa discutir aqui não são as estranhas regras do curling ou do skeleton, mas as entranhas de outro jogo. O de esconde-esconde. Não aquele da infância de todos nós. Mas a brincadeira que a Globo faz com seus telespectadores.


A Velha Senhora detinha os direitos de transmissão dos Jogos de Inverno há anos. Mas o escondeu de todos nós. Pagou para não exibir. Nem deixar que outros exibissem. Encastelada no Jardim Botânico, decidiu o que uma nação gostaria ou não de acompanhar. Talvez porque nos julgue estúpidos demais.


Mas tão estúpidos que a Globo resolveu simplesmente ignorar os Jogos de Vancouver. Não deram um segundo sequer sobre esse fenômeno que tomou conta das nossas telinhas. Esconderam de novo! Em resposta ao Estadão, que no último dia 19 publicou a pergunta óbvia (por que vocês não falaram dos Jogos de Inverno?), veio a arrogância.


Descreve o jornal: “a emissora alega que não falou sobre o evento porque não viu fato ‘relevante’ (um competidor morreu em uma prova), não possui os direitos de transmissão – que foram da Globo até 2006 e agora são da Record – e porque não possui ninguém de sua equipe lá cobrindo. Opa: e a turma do Sportv?”, conclui a colunista Keila Gimenez.


Traduzindo: em 2006 foram realizados os Jogos de Inverno de Turim, na Itália. Lembra? Não, ninguém pode lembrar, só os executivos mestres globais.


A morte do atleta georgiano, no luge, foi tão irrelevante que a imprensa mundial noticiou. Sobre a turma do Sportv, eles são da Globo, estão lá, dividem a cobertura de inúmeros outros eventos, vivem usando microfone com o logotipo das duas emissoras, mas neste caso… e agências de notícias? Coitada, a Globo não deve assinar nenhuma delas.


Esse esconderijo platinado é bem amplo, nele cabe um montão de coisas. Nesse esconde-esconde, ficamos sem ver as Diretas Já. Esconderam mais de um milhão de pessoas no comício do Anhangabaú. O Lula só apareceu quando virou presidente da República. Aí não dava mais pra esconder.


Leonel Brizola e Luís Carlos Prestes não tiveram a mesma sorte. Sumiram.


Precisaram morrer para aparecer. Aí já era tarde. Só de uma coisa eu não reclamo. A Glória Maria pode continuar escondida.


A Globo, pensando bem, escondeu o quanto pode a história do Brasil. Quem estudar nosso país pelos arquivos do Jornal Nacional nem vai saber que houve uma ditadura militar.


Por isso, temos que torcer para que a concorrência aumente. Para que não haja líder absoluto, concentração de poder, esconderijos.

 
Aí, sim, a Velha Senhora vai ter que se esconder. De vergonha.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DEM DEMO

O passado que Agripino tenta esconder

Por Antonio Capistrano (*)

 

O senador José Agripino concedeu uma entrevista ao jornalista Bruno Barreto, editor político do jornal “O Mossoroense”, jornal matutino da cidade de Mossoró-RN. Ele foi indagado se tinha se arrependido de ter apoiado o Regime Militar, Agripino respondeu: “Eu não apoiei o Regime Militar. Nunca apoiei o Regime Militar. Pelo contrario. Eu fui prefeito no final do Regime Militar. Eu teria razões para me orgulhar de ter sido artífice da transição e da redemocratização. Ao romper com o meu partido, passando a apoiar, no Colégio Eleitoral, o nome de Tancredo Neves para presidente da república, do ponto de vista político e administrativo paguei um preço alto, na época eu era governador e muito do que estava comprometido de verbas para a minha ação no governo, foi cortada. Além do desgaste político de apoiar o mesmo candidato do meu adversário Aluízio Alves”.



Essa é a versão do senador José Agripino Maia. Mas, a verdade é outra, existem alguns equívocos ou inverdades nessa história contata pelo senador, vamos aos fatos.



José Agripino foi escolhido, pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, prefeito de Natal em 1979, portando em pleno Regime Militar e não no final como ele diz na entrevista.



O nome de José Agripino foi encaminhado para ser homologado pela Assembleia Legislativa como prefeito da capital por Lavoisier Maia, seu primo e substituto do governador Tarcisio Maia, pai de Agripino. Vale salientar que Tarcisio e Lavoisier foram nomeados governadores biônicos pelo Regime Militar com a concordância de Aluízio Alves, naquele momento, correligionário político de ambos.



No Rio Grande do Norte todos se lembram da famosa “Paz Pública” (entendimentos entre os Alves e os Mais) que resultou na escolha de: Lavoisier Maia para governador do estado, Jessé Pinto Freire para o senado e José Agripino Maia para prefeito da Capital. Aluízio indicou o vice-governador, o escolhido foi Geraldo Melo, todos da Aliança Renovadora Nacional – ARENA, base política do regime militar.



José Agripino exerceu a função de prefeito biônico de Natal de 1979 a 1982, foi a sua iniciação na vida política do estado, antes era um mero desconhecido. O Regime Militar teve como último ditador o general João Batista Figueiredo que governou até 1984. Portanto, Zé Agripino Maia foi prefeito de Natal em plena ditadura militar.



Só para lembrar. Tarcisio Maia, pai de Zé Agripino, foi nomeado governador, por indicação do general Golbery do Couto e Silva, com o apoio decisivo de Aluízio Alves, a escolha se deu em 1974, em pleno período denominado de Anos de Chumbo do Regime Militar, quando, nos porões da ditadura, bandidos torturaram e assassinaram milhares de brasileiros, alguns dos mortos eram norte-rio-grandenses. Lembro aqui os nomes de Luiz Maranhão, Iran Pereira, David Capistrano, Emanuel Bezerra, José Silton, Virgilio Gomes da Silva, Bérgson Gurjão Farias, Anatália de Souza Melo; Lígia Maria Salgado Nóbrega, Zoe Lucas de Brito e Edson Neves Quaresma, todos torturados até a morte nas masmorras da ditadura.



Outro fato narrado pelo senador que merece um esclarecimento, a sua eleição para o governo do Rio Grande do Norte em 1982 e a derrota de Aluízio Alves.



Aluízio Alves era considerado um candidato imbatível. Agripino, na entrevista ao “Mossoroense”, não disse que essa eleição foi viciada por uma legislação eleitoral casuística e ditatorial, dificultando o voto livre e democrático, fato que favoreceu ao neófito político, José Agripino. O Regime Militar criou o voto vinculado, só era permitido votar, de vereador a senador, em candidato do mesmo partido. Foi criada a figura do senador biônico. Tudo com um objetivo de prejudicar o MDB, principalmente no nordeste onde o partido, no interior, tinha uma pequena estrutura partidária e uma ampla chance de eleger alguns governadores, a maioria dos senadores e deputados federais. Cito o exemplo de Aluízio Alves, no Rio Grande do Norte e o de Marcos Freire, em Pernambuco. Os dois estavam disparados na preferência popular, eram candidatos do MDB, mas foram derrotados pela legislação eleitoral.



Na eleição de 1982, o filho de Tarcisio Maia, José Agripino Maia foi o candidato de Figueiredo ao governo do estado, Carlos Alberto de Souza foi escolhido para concorrer uma vaga no senado e o velho Dinarte Mariz, já no fim da sua liderança política, foi contemplando com o lugar de senador biônico.



Carlos Alberto que era deputado federal foi premiado por ter sido relator da CPI do atentado terrorista ao Riocentro, fato ocorrido no Rio de Janeiro em 30 de abril 1981, ele inocentou os militares envolvidos nesse ato terrorista. Além da vaga de senador no PDS, Partido de Agripino, Carlos Alberto ganhou a concessão de um canal de televisão.



Portando, José Agripino Maio, líder dos “democratas” no senado, surgiu na política potiguar graças ao Regime Militar de 1964, ele é filho político do regime ditatorial, ele não pode nega a sua origem e trajetória política, pode até renegar, hoje, a ditadura militar, a quem serviu e dela recebeu as benesses do poder, mas não pode simplesmente dizer que não foi beneficiário do Regime Militar, ele e a sua família.



Agora, o senador não explicou o porquê da divisão dos Maias no colégio eleitoral que escolheu o último presidente de forma indireta. Tarcisio Maia, pai de Agripino, ficou com Mário Andreazza; Lavoisier Maia, primo de Agripino, com Paulo Maluf e, José Agripino com Tancredo Neves. Qualquer um que fosse eleito, os Maias ficariam por cima. Tipo de estratégia, historicamente, utilizada pelas oligarquias.



Não se pode nega a história, sei que ela é feita pelos vencedores e que as versões às vezes valem mais do que os fatos, mas, a verdade é essa, José Agripino Maia não pode desvencilhar a sua história política da ditadura militar, ele é fruto político, por obra e graça, do regime militar, como se diz por aqui, ele é um filhote da ditadura. Claro, que ele tem seus méritos, soube consolidar uma liderança que se iniciou biônica e depois se popularizou com a força e os instrumentos do poder.



(*)Professor Antonio Capistrano (63): foi vice-reitor e reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; ex-deputado estadual, vice-prefeito da cidade de Mossoró por dois mandatos (1997/2004) é filiado ao PCdoB, sendo militante comunista desde dos anos 60, do século passado.

Fonte: Blog Substantivo plural

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

SUSPEITA DE FRAUDE NO PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO




Alto Oeste - Denúncia grave envolvendo mais de cem educadores de jovens e adultos e uma equipe de sete coordenadores, todos ligados à Diretoria Regional de Educação (DIRED), com sede em Umarizal. Os denunciados estariam desviando recursos do Programa Federal Brasil Alfabetizado, que no Rio Grande do Norte se chama RN Caminhando.

O escândalo foi descoberto pelo prefeito de Antônio Martins, o advogado Edmilson Fernandes de Amorim (PT). "No início, eu tinha apenas a desconfiança de que algo estava errado, pois o programa não funcionava. Inclusive, a diretora da Dired, Maria Eunice, chegou a oferecer dois cargos de coordenador e eu não aceitei. Nesta semana eu tive um susto, pela dimensão do caso", diz.

No caso, os professores e coordenadores matricularam 1.523 moradores de Antônio Martins no Programa RN Caminhando. Para se matricular no município, é preciso morar no município e não ser alfabetizado, além de não estar matriculado em nenhum outro programa de alfabetização, como por exemplo o Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Cada um dos 120 professores do Programa RN Caminhando em Antônio Martins recebe, através de um cartão magnético, uma bolsa de R$ 250,00. Cada coordenador do programa ganha R$ 500,00. A missão do professor é alfabetizar o cidadão e o coordenador fiscaliza se o trabalho é feito ou não, tudo sob a responsabilidade da Dired de Umarizal.

Só que, no caso de Antônio Martins, segundo Edmilson Fernandes, as aulas não eram ministradas, configurando-se assim o desvio dos recursos da União. "A cidade não tem esse índice absurdo de analfabetismo. Temos uma educação exemplar, com mais de 4.600 alunos matriculados do ensino infantil ao ensino médio, além de 644 alunos matriculados no EJA. Não tem sentido existir 1.523 alunos no RN Caminhando", reclama o gestor, acrescentando que se fosse assim o município teria o pior índice de alfabetização do Rio Grande do Norte, talvez do país, o que não reflete a realidade do município de Antônio Martins, uma das cidades mais bem organizadas e estruturadas da região Oeste do Rio Grande do Norte. "Aqui temos 24 escolas bem estruturadas na zona rural e uma na sede do município, onde estudam 2.077 alunos. Temos seis ginásios de esportes e pagamos o piso nacional dos professores, respeitando a titulação de cada um. As cinco escolas do Estado têm 484 alunos matriculados" narra o prefeito.

Para matricular os alfabetizados como se fossem analfabetos no Programa RN Caminhando, os professores e coordenadores se apropriaram de listas do Programa do Leite e também da lista de filiados a partidos políticos. "Daí a explicação de tantos comerciantes, vereadores, ex-vereadores e lideranças políticas estarem na lista de alfabetizando erroneamente", conclui o prefeito, lembrando que a grande maioria dos matriculados sequer sabe do que está acontecendo.

O prefeito e os secretários do município calculam que pelo menos 80% dos presentes na lista são alfabetizados. Acrescentou ainda que muitos são estudantes matriculados no ensino fundamental e médio do município. "Há casos que o nome de uma mesma pessoa está matriculado em três turmas do Programa RN Caminhando, além de estudar na rede estadual", destaca.

Prefeito, que é advogado, consta como analfabeto:

A quantidade de matriculados (1.523) estimulou o prefeito Edmilson Fernandes a procurar a coordenadoria do Programa RN Caminhando na Secretaria Estadual de Educação, em Natal, dia 19. De posse da lista, o prefeito teve outro grande susto. Descobriu que ele próprio, a mãe, vereadores, comerciantes e até pessoas que moram em outros Estados estavam todos matriculados.

Devido à fraude, o município de Antônio Martins não pode concorrer ao Sele do Unicef, bem como a partir de 2010 teria um prejuízo na arrecadação de pelo menos R$ 30 mil. "Esses recursos não viriam mais para município, pois, conforme o cadastro nacional, nós não estamos alcançando nossos objetivos com a educação. Isso é injusto", reclama Edmilson Fernandes.

Ao descobrir o escândalo, o prefeito convocou todos os coordenadores a sua casa e deles ouviu a confissão do crime. No caso, erraram os professores que matricularam alunos alfabetizados como se fossem analfabetos, erraram os coordenadores que não fiscalizaram e errou a Dired de Umarizal, que deixou a coisa correr solta, sem qualquer responsabilidade com os recursos federais.

Presidente do TJ determina apuração do fato:

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Rafael Godeiro, que é da região do Médio Oeste, ao ser informado do escândalo e da possibilidade de vários outros municípios da região terem o mesmo problema, resultando num grande prejuízo aos cofres da União, determinou que fosse formada uma comissão para apurar o caso.

A professora Clotilde Tavares, coordenadora estadual do programa, informou que vai identificar todos os professores que fizeram matrícula de alfabetizados como se fossem analfabetos com o intuito de fraudar o programa RN Caminhando, demiti-los e informar o caso às autoridades competentes, no caso o Ministério Público Estadual e os respectivos prefeitos das cidades.

"Essa fraude, além do prejuízo aos cofres da União e consequentemente do município, é uma grande falta de respeito com o povo de Antônio Martins e tenho certeza que o Ministério Público vai tomar as providências necessárias para punir os responsáveis exemplarmente e trazer a normalidade a nossa cidade", diz o prefeito Edmilson Fernandes.

Fonte: Jornal de Fato

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

FILHO DA PUTA

GRANDES MOMENTOS DA BLOGOSFERA - CURSO RÁPIDO DE ANÁLISE SINTÁTICA




Filho da puta é adjunto adnominal (ou paronomástico), se for "conheci um juiz filho da puta".


Se for "o juiz é um filho da puta", daí é predicativo.


Agora, se fosse "filho da puta é um juiz", daí é sujeito.

Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do juiz e diz:

"Agora nega a liminar, filho da puta!" - daí é vocativo.

Finalmente, se for: "O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, aquele filho da puta, desviou o dinheiro da obra pública tal" - daí é aposto.

Que língua, a nossa, não?

Exarado por Cristóvão Feil, titular do Diário Gauche.

Na foto, um juiz (substantivo).

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

DEMos Amigos


DIGA COM QUEM ANDAS, QUE DIREI QUEM ÉS

ATAQUE DO DEMo

Ataque do DEM aos direitos dos negros e dos índios

Edson França

O Supremo Tribunal Federal - STF convocou para os dias 03, 04 e 05 de março, Audiência Pública sobre Políticas de Ação Afirmativa de Reserva de Vagas no Ensino Superior, para subsidiar o Ministro Ricardo Lewandowski, relator da Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF, proposta pelo Partido Democrata – DEM, contra o sistema de cotas, em vigor desde 2005, na Universidade de Brasília - UNB.

Na Audiência, 5ª na história do STF, será debatida a pertinência constitucional das cotas para negros e indígenas.

Considerando que o instrumento jurídico denominado ADPF tem objetivo de analisar existência de incompatibilidade entre atos do poder público com preceito constitucional fundamental, o resultado da sentença, em princípio, tem caráter retroativo e universal. Em outras palavras, o resultado terá incidência sobre todas as ações afirmativas, especialmente cotas para negros e índios, pois esse é o objeto essencial da ADPF, em vigência em todo território nacional, bem como poderá, se indeferida, acelerar um processo bem sucedido em curso.

O DEM, as ações afirmativas e o antirracismo no Brasil

No Congresso Nacional, o DEM - partido dos filhos de senhores de engenho e da direita branca mais obtusa do Brasil, conforme argüição de Claudio Lembo (DEM/SP), ex-governador de São Paulo - se constituiu no inimigo número um das principais propostas de ação afirmativa em trâmite: PLs que instituem o Estatuto da Igualdade Racial, cotas nas universidades federais públicas, feriado no dia 20 de novembro em memória a Zumbi dos Palmares e o total congelamento do Estatuto do Índio. Há outras iniciativas de promoção da igualdade racial sob a mira do DEM. Entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI contra: o Decreto Presidencial 4887/03, que regulariza a titulação de terras quilombolas; contra o PRO-UNI sistema que transforma a elisão fiscal das universidades privadas em bolsa de estudo para estudantes de baixa renda, com reserva para negros e índios.

Os Demos quando perde no Congresso apela para o STF, tentam judicializar definições políticas aprovadas com apelo e apoio popular. Passou da hora do movimento negro e indígena recorrer à consciência antirracista dos brasileiros para não votarem em candidaturas do DEM. Esse partido se definha a cada eleição, temos que impor mais uma fragorosa derrota a ele e aos seus aliados nas urnas, para riscar do mapa político nacional os postulados reacionários emanados pelo DEM.

Com objetivo de acabar com as experiências de ações afirmativas para negros e indígenas e enterrar a crescente política de promoção da igualdade racial que prolifera em todo país, o DEM foca um ponto aparentemente sensível: a UNB. Acredita que se desmoralizar uma experiência exitosa, que reserva 652 vagas para negros e índios, num universo de 3280 vagas, ou seja, 20% do total de vagas em todos os cursos, abrirá caminhos para derrota definitiva das ações afirmativas no Brasil. O objetivo central do DEM é garantir a manutenção da estrutura hierárquica da sociedade, em outras palavras, manter as coisas como estão, vencer qualquer veleidade libertária na sociedade brasileira.

Na Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF os Democratas sustentam postulam:

1. Suspender a matrícula dos alunos da UNB, prevista para os dias 23 e 24 de julho de 2009.

2. Obrigar o CESPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília) a divulgar nova listagem dos candidatos aprovados, com base nas notas obtidas, desconsiderando os critérios raciais, e só então reabrir o prazo para matrícula.

3. Determinar ao CESPE e à UNB que se abstenha de selecionar ou classificar candidatos com base em critérios raciais, ou a indicar quem é negro dentre eles, suspendendo-se o funcionamento da comissão instituída para evitar fraude, denominada ofensivamente pelo DEM como: comissão racial.

4. Determinar a todos os órgãos do Poder Judiciário brasileiro que suspendam os processos judiciais que envolvam o tema de cotas raciais para o ingresso em universidades.

5. Suspender, com eficácia retroativa, todas as decisões judiciais que tenham reconhecido a constitucionalidade da política de cotas raciais instituídas pela UNB.

Os mentores do DEM, responsáveis pela base argumentativa que sustentou a ADPF, graças as grandes empresas capitalistas de comunicação em massa (Globo, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Editora Abril), são conhecidos do grande público: Yvonne Maggie, Demétrio Magnóli, Bolívar Lamounier, Marcos Chor Maio. Argumentam que a medida é inconstitucional; que a proposta de implantação de cota é um mimetismo ao modelo norte americano, desconsiderando as diferenças histórico-social entre os dois países. Dizem que raça, no Brasil, não opera exclusão, além da cansativa ladainha sobre a inexistência biológica de raça, superada em todos os debates sobre o tema, por sabidamente, se encontrar no campo das ciências sociais, não biológica. Questionam a teoria da justiça compensatória e a atribuem como fundamento das ações afirmativas, dizendo que a medida visa retificar no presente, injustiça cometida no passado. Vaticinam que a implantação de cota criará divisão e conflitos entre negros e brancos pobres.

O Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da Declaração e do Plano de Ação de Durban, por isso deve observância às ações afirmativas baseadas em raça, a fim de favorecer minorias em situação de desvantagens. As diretrizes que os tratados, convenções e pactos internacionais expressam, quando ratificados pela autoridade constitucionalmente competente, passam a compor o ordenamento jurídico nacional – conforme disposto no artigo 5º, § 2º da Constituição. Por isso, os Demos erram nas afirmações de ordem legal. Além de acolhimento da constitucionalidade baseado em compromissos internacionais consolidados e o pronunciamento favorável da PGR e da AGU, várias instâncias do judiciário foram individualmente provocadas e deliberaram pela constitucionalidade das ações afirmativas, ou seja, encontramos jurisprudência pró ação afirmativa e cotas para negros e indígenas nas universidades em órgão inferiores, o que reforça a falácia dos argumentos dos demos.

O DEM finge ignorar que cotas foi uma medida foi aplicada com sucesso nos Estados Unidos, Índia, Nigéria, China, Malásia, Austrália, dentre outros, não se trata de mimetismo, mas uma ação pública consagrada em vários países, cuja minoria étnica/racial sofre graves desigualdades. Eles copiam a tese de Ali Kamel apresentada no livro Não Somos Racistas, para negar evidências empíricas e científicas da desigualdade socioeconômica entre negros e brancos, demonstrados pelos mais sérios institutos de pesquisas (IBGE, IPEA, PNUD), onde constatam a presença de negros na base da pirâmide social. Escamoteiam os princípios da justiça distributiva, da promoção do pluralismo e da superação de estereótipos negativos sobre os negros, todos fundamentais para sustentação das ações afirmativas - bem lembrados e sustentados em manifestação dirigida ao Presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, por Roberto Monteiro Gurgel Santos, Procurador Geral da República.

O Partido Democrata faz vista grossa a uma realidade concreta: o Brasil nunca registrou conflitos raciais diante da implantação das ações afirmativas. Ainda que 83 universidades públicas brasileiras tenham alguma experiência de ação afirmativa; que o PRO-UNI tenha concretizado o acesso e permanência de aproximadamente 250 mil alunos negros nas universidades privadas; que o Brasil tenha aproximadamente 20% dos municípios com órgãos de promoção da igualdade racial, propondo ações de promoção social aos negros e indígenas (coordenadorias, conselhos, assessorias, secretarias); que progressivamente o currículo escolar está sendo adequado à Lei 10.639/03 – lei que institui a obrigatoriedade de incluir no currículo escolar história da África e da cultura afrobrasileira; além de tramitar nas Casas Legislativas (câmaras de vereadores, assembléias legislativas e Congresso Nacional) uma infinidade de proposituras com objetivo de fortalecer o combate ao racismo e a promoção social de negros e indígenas.

A retórica desenvolvida pelo DEM é frágil, apesar de sensibilizar um largo espectro ideológico. Tanto a esquerda, como a direita política brasileira, por razões diferentes - os primeiros embebidos por um acentuado grau de dogmatismo adotam um olhar essencialmente economicista sobre os problemas sociais brasileiros, vêem nas demandas específicas elementos de divisão entre os explorados; os segundos assumem a ótica e o projeto do dominador, tem interesse de classe nos resultados materiais da opressão racial, bem como, sabem o significado social na massificação de negros, índios e pobres nas universidades - advogam que a compensação (através de qualquer política pública focada) dos crimes da escravidão, do genocídio indígena e da marginalização do negro nas décadas iniciais da República, atenta contra o universalismo e, conseqüentemente, contra a unidade nacional.

A vida vem demonstrando, na prática, aos do lado de cá, que unidade nacional se conquista e fortalece com justiça e resgate de direitos sociais negados ao povo, considerando as singularidades que o compõe, não com belas proclamações, mesmo quando bem intencionadas. Essa constatação é suficiente para aproximar os setores progressistas que vacilam diante da importância da promoção da igualdade entre negros e brancos no Brasil. Considero equivocada a constatação de que estamos (os negros) por nossa própria conta, parafraseando o ativista sul-africano Steve Biko. Acredito, tal como, Solano Trindade e Clóvis Moura, na aliança do movimento negro com os diversos movimentos sociais e que o antirracismo não se dissocia, ao contrário, compõe os mais profundos ideários de justiça, defendido pelo pensamento progressista.

Um momento importante para a nação

Apesar do perigo que ronda todos os julgamentos, considero o cenário positivo para decretação da constitucionalidade das ações afirmativas. O STF, apesar de ser presidido por um homem conservador, tem se posicionado satisfatoriamente em temas polêmicos, como a demarcação das Reservas Indígenas Raposa e Terra do Sol em Roraima, contrariando interesses comerciais e políticos locais, aval para pesquisas em células troncos, decisão que confrontou a Igreja e reafirmou a laicidade do Estado.

Dentre os Ministros há quem deu sinais favoráveis as ações afirmativas: Joaquim Barbosa, Ayres Brito, Carmen Lucia, Marco Aurélio, José Antonio Dias Tofolli. Órgãos de Estado importantes para formulação da opinião do STF manifestaram favoravelmente as cotas: Procuradoria Geral da República, Advocacia Geral da União, IPEA e a própria entidade de classe de todos os advogados do Brasil: a OAB. Haverá, também, pronunciamento da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Direitos Humanos, Ministério da Educação e FUNAI, além de pronunciamentos de especialistas e ativistas da sociedade civil representando diversos posicionamentos, sendo a maioria favorável a implantação de ação afirmativa para negros e índios no Brasil.

Ao chamar a audiência o Ministro relator, Ricardo Lewandowski, sinaliza a relevância que dá a esse tema, abre espaço para debatê-lo na esfera adequada: política. Não podemos negar que o STF é, também, uma casa política, daí a importância da mobilização social em defesa as cotas e o motivo da gritaria e da agressividade do guru da resistência conservadora, Demétrio Magnoli, no jornal O Estado de São Paulo.
Considero essa audiência um momento importante para nação, essa pauta é mais uma no cenário da luta de classes no Brasil, visto que as universidades públicas se transformaram em espaço de brancos e ricos. Brasil estará atento. Está em debate na mais Alta Corte, com 122 anos de atraso, um tema caro ao desenvolvimento social e a verdadeira construção da unidade nacional. Responderemos como e se desejamos promover socialmente uma significativa parcela da sociedade brasileira que, em razão da política do Estado e das classes dominantes, sofre com os efeitos do racismo e acumula, no presente, desvantagens sociais, econômicas, políticas, educacionais, dentre outras.

A vitória do DEM repercutirá negativamente aos milhares de jovens beneficiados pelas cotas e outras formas de ação afirmativas. Haverá grande frustração na militância do movimento negro que, após décadas de luta, vislumbra resultados positivos. É bom lembrar que esse mesmo partido se posiciona historicamente contra as causas dos oprimidos e contra as reivindicações sociais organizadas (vide as sucessivas CPIs contra o MST e a ADI contra as Centrais Sindicais). Do outro lado, a vitória da UNB, é a vitória do povo brasileiro, significa sinal verde para o Brasil continuar avançando na superação do racismo e na promoção social dos negros. Significa, também, o tardio enterro do DEM e daqueles que se solidariza ao seu ideário racista e tosco.

O Brasil não pode retroceder nossa experiência de implantação de políticas públicas para igualdade racial, apesar da insuficiência diante a demanda, se constitui numa referência aos países que sofrem com o impasse do racismo. A consciência pública nacional apóia as ações afirmativas, a sociedade se unificará ainda mais quando verificar que a cor da pele não é um elemento de acumulação de desvantagens e humilhação
 
Fonte: Vermelho.org

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

DEMOS EM QUEDA II

DEMOS EM QUEDA

Breve história do DEM, da ditadura a Arruda passando por FHC


O Mensalão do DEM, que levou à cadeia o único governador eleito por este partido em 2006, abriu uma fase de diagnósticos e prognósticos sobre o ex-PFL. Entretanto, o malcheiroso e bem documentado escândalo brasiliense é apenas um episódio mais picante, em um longo declínio do ex-PFL. Uma visão histórica ajuda a entender o processo.



Por Bernardo Joffily





Fonte: Banco de dados eleitorais do Brasil,

Observe o mapa e a tabela ao lado. Eles comparam o desempenho do PFL (Partido da Frente Liberal) em sua primeira eleição, para a Constituinte, em 1986, e na última, em 2006, que reelegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem antes do governador José Roberto Arruda conhecer os rigores do cárcere.



As informações para o mapa foram tomados do excelente Banco de dados eleitorais do Brasil, organizado pelo professor Jairo Nicolau, do Iuperj, coe cobre de 1945 a 2006. Vale a pena visitá-lo (clique aqui) e guardá-lo como referência.



O reduto nordestino se acabou



O contraste impressiona. O partido de Jorge Bornhausen e Antonio Carlos Magalhães caiu de 118 deputados federais para 65 (hoje está reduzido a 56). E todos os prognósticos apontam para nova sangria em outubro.



Quando se aproxima a lupa do mapa, os motivos da corrosão começam a aparecer. Em 1986, o então PFL elegeu nos nove estados do Nordeste a exata metade dos seus 118 federais: 59, dos quais 14 na Bahia de ACM e 11 em Pernambuco de Marco Maciel. Em percentagem da votação, alcançou 36% dos votos válidos no Nordeste, mais que o dobro dos 17,7% da média nacional.



Duas décadas depois, não só a média nacional caíu para 10,9%. A votação do PFL nordestino despencou para menos da metade, 17,0%. E o número de deputados reduziu-se em 31, com apenas 27 federais pefelistas eleitos na região.



Foram os efeitos daquela que um dia será conhecida como a Revolução Eleitoral Nordestina de 2006. O PFL foi o principal derrotado na votação que derrotou as principais oligarquias políticas da região – algumas neooligárquicas, outras com raízes na colônia e na casa grande.



Cabe aqui um parêntese para o caso baiano. A possante seção pefelista de ACM também saiu ferida de morte das urnas de 2006, com a eleição do governador petista Jacques Wagner ainda no primeiro turno. Mas essa derrota não se expressou com a mesma nitidez no critério de avaliação que escolhemos: a bancada do PFL-BA baixou apenas um deputado face a 1986, de 14 para 13, e até aumentou em percentagem de votação. O que torna ainda mais dramático o recuo da legenda nos outros oito estados nordestinos, de 45 para 14 deputados, menos de um terço.



Com FHC, a maior bancada



O recuo do PFL-DEM nas cinco eleições federais destes 20 anos não foi em linha reta. Em 1990 o partido baixou para 83 deputados federais. Em 1994, coligou-se com o tucano Fernando Henrique Cardoso, indicando Marco Maciel para vice, e recuperou-se para 89. Em 1998, de novo com FHC e Maciel, subiu para 105 deputados (47 deles nordestinos), a maior bancada daquela legislatura. Na primeira eleição de Lula, em 2002, já caiu para 84.



Data daí a fase de inferno astral do PFL. Já se disse que a sigla está no poder desde Pedro Álvares Cabral, o que não deixa de conter seu grão de verdade. A própria criação do partido, ainda como Frente Liberal, em 1984, tem a ver com a pressão imensa das multidões que foram às ruas na Campanha das Diretas Já, decidida a acabar com a ditadura, mas também com a constatação pragmática de que estava na hora de abandonar o barco do regime militar agonizante.



Com Lula, o PFL viu-se na contingência de romper com seus cinco séculos de governismo, passar à oposição, e até rivalizar com o PSDB para ver quem era mais acerbamente oposicionista. Pior, teve de fazer oposição a um presidente pau-de-arara e dono de imensa popularidade no Nordeste. Perdeu a maior parte de seus longamente cultivados redutos nordestinos. Em 2006, elegeu apenas um governador, Arruda, um ex-tucano, e no Distrito Federal. Em 2008, sua maior proeza foi fazer o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, bafejado pelas circunstâncias de uma luta interna no PSDB local, entre José Serra e Geraldo Alckmin.



Renovação à moda do DEM



O PFL compreendeu que os tempos eram outros, bicudos, ingratos e, como diria o anti-herói de Lampedusa, é preciso que tudo mude para que tudo permaneça como está. Data daí, de 2005, o processo de 'refundação' do PFL, que culminou em 28 de março de 2007 com a mudança do nome para 'Democratas', da sigla para DEM e do símbolo, de uma esfera azul para uma árvore azul e verde.



Se o internauta digitar na rede o endereço www.democratas.org.br, vai se deparar primeiro com o dístico "O partido das novas ideias" e, quando a página se abre, "A força das novas ideias". Os marqueteiros do DEM não parecem não ter chegado a um acordo sobre o slogan, mas há um denominador comum: "novas ideias".



Foi feito também um esforço de renovação dos quadros. O senador Jorge Bornhausen (SC), veterano egresso da UDN, aposentou-se da presidência do partido para dar lugar ao deputado Rodrigo Maia (RJ), filho do prefeito Cesar Maia, enquanto a seção catarinense era assumida por seu próprio filho, o deputado Paulo Bornhausen. Os despojos do outrora ponentíssimo PFL baiano passaram ao deputado ACM Neto, descendente e herdeiro do legendário Toninho Malvadeza, desaparecido em 2007.



Mensalão foi apenas a gota d'água



Hoje já é possível fazer um balanço do esforço renovador. Sem raízes, sem discurso, sem ideias velhas ou novas, sem rumo, o DEM marcha provavelmente para o pior resultado nas urnas desde a fundação do PFL. Seus aliados estratégicos do PSDB fazem o que podem para não lhe darem a vice na chapa presidencial de José Serra, mesmo que o também tucano Aécio Neves continue se recusando a compô-la. No plano estadual, suas melhores chances parecem concentradas no Rio Grande do Norte, ainda assim com ameaças reais para o mandato de senador do líder do partido, José Agripino Maia.



O escândalo brasiliense funcionou aqui como a gota d'água que fez o copo transbordar. Mas não seria justo atribuir a José Roberto Arruda, Paulo Octávio e companhia toda a culpa por um processo que vem de bem antes e vai muito além. Mais razoável será culpar o povo brasileiro, que parece ter decidido mudar a turma dos poderosos desde Cabral.



Colado de VERMELHO.ORG

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

MARTINS - A praça é de todos

Sem medo de ser feliz

JEITO DEMO DE GOVERNAR

Reproduzo post publicado no blog de Thaisa Galvão.

http://www.thaisagalvao.com.br/

15/02Publicado às 10:26 MARTINS



Jovem diz que não brincou carnaval com medo que familiar perdesse cargo na Prefeitura



Recebi um e-mail de um jovem da cidade de Martins.

Que até se identificou, mas pediu para que eu não expusesse seu nome, sob pena de sofrer uma punição na família.

Pelo que disse o jovem, muita gente deixou de brincar carnaval de rua, em Martins, com medo do que poderia acontecer.

Coisas da política no interior do Estado, que a gente sabe que não acontece só em Martins.

O medo reina entre detentores de cargos comissionados em todos os municípios deste Elefante.

Eis o grito do jovem de Martins:

Thaisa

Sou jovem em Martins e torci muito pela liberdade no carnaval.

Não existe esse negócio de dizer que a cidade só pode orar ou rezar durante o carnaval e que as festas só podem ser patrocinadas pela prefeitura, para poder ganhar votos na próxima eleição.

Mas existe uma coisa que você não sabe.

Muitos jovens que votam e que queriam se divertir e extravazar durante o carnaval, não puderam acompanhar o trio, nem puderam sair de casa.

São jovens como eu, filhos, sobrinhos ou netos de cargos da prefeita de Martins que se botassem a cabeça do lado de fora de casa, ameaçavam os empregos dos familiares.

Seria uma tragédia na cidade, um número alto de pais e mães de famílias desempregados só porque os filhos, sobrinhos ou netos brincaram o carnaval.

Sou desse time que escuta o barulho de longe e se pergunta, vale a pena?

Sou eleitor e sei que na próxima eleição vou cuidar melhor do meu voto, não posso ficar com meu grito preso porque a minha cidade voltou aos tempos da ditadura.

Parabéns pelas denúncias publicadas no seu blog, você foi muito importante para que a justiça liberasse a nossa festa. Parabéns ao promotor e ao juiz que foram imparciais.

Feliz carnaval para todos.

Anônimo para que um familiar próximo não perca o emprego na prefeitura de Martins.

MARTINS - LIBERDADE, LIBERDADE

domingo, 14 de fevereiro de 2010