SÓ GOZO COM QUEM DÁ

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A JITIRANA SE PREPARA!

François Silvestre

 Depois de dois anos de muita água, irregularmente distribuídas, e do ano passado quase seco, começam a renovar as águas de barragens e açudes. Tudo se parece com ano de bom inverno. Essa palavra mágica que, no sertão, possui semântica própria.

Nada a ver com inverno europeu. Nem com neve ou Papai Noel. Nem com o símbolo musical das Estações de Vivaldi. Quando muito, uma generosa confusão do equinócio com o humor de São José.

O matuto tradicional não se convence com as previsões televisivas nem com as explicações científicas. Essa constatação da influência da relação entre a temperatura dos oceanos e o tempo de chuva ou estiagem não encontra abrigo nas avaliações temporais do sertão.

O El Ñino ou La Ñina, um portador da seca e outra mensageira das águas, não se hospedam nas crenças daqui.

Já em Setembro, o sertanejo começa a fazer uma leitura do tempo. Numa mistura dos sinais da natureza com suas crendices e superstições.

A incidência dos redemoinhos de Setembro, com a soltura farta da flor-de-seda, a gordura dos inchuís ou a feitura da casa do mané de barro. Tudo se soma aos presságios religiosos.

O dia de Santa Luzia é um deles. Se chover forte e sair o sol será ano de bom inverno. Se não chover, será inverno irregular. Se passar o dia nublado, com chuvisco, é seca na certa.

A carga do catolezeiro, com a queda de cocos maduros nos fins de Janeiro, é bom sinal. A floração das aroeiras e os cachos da jurema branca também mandam recados.

Somam-se o cantar do fura-barreira e o canto dobrado do sabiá de laranjeira. O raspado da rã, como se alguém estivesse coçando com as unhas o fundo dum pote.

A casa do mané de barro, espécie de iglu de alvenaria, deve estar com a porta virada para o Poente. Caso contrário, vem seca braba. Nem La Ñina salva.

As florações ou floradas das xerófitas dependem desses sinais. A flor do marmeleiro, mesmo com a volta da rama, só se arrisca após florar o pereiro. Ou o desabrochar do priquito-de-nega, com suas pétalas imitando grandes e pequenos lábios da vagina. É uma imitação da orquídea dendróbio. Lembrando que orquídea significa pequeno testículo. Tudo a ver com inverno e reprodução.

No meio disso tudo, a jitirana cabeluda aguarda a consolidação do inverno para poder expor suas belas, pequeninas e vivas flores brancas.

Seus galhinhos finos e intrometidos, que se enfiam no meio dos galhos de outras plantas, são cobertos por uma textura de suaves pelos que lhe dão esse nome.

As outras jitiranas; brancas lisas, azuis, amarelas e róseas não fazem véspera. Floram juntamente com os camarás, juremas e angicos. Carobas, croatás, ubaias e mutambas.

Quando a jitirana cabeluda flora, a fava está enchendo a vargem e a boneca do milho virando espiga. Té mais.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CARNAVAL DO PASSADO EM MARTINS/RN

Ministério Público denuncia ex-prefeito de Martins por desvio de verbas


O Ministério Público Federal em Mossoró denunciou ontem o ex-prefeito de Martins, Marcos Antônio Chagas Fernandes de Queiroz (DEM), e o ex-tesoureiro da Prefeitura, Irafran da Rocha Formiga. Os dois são acusados de desviar, em proveito próprio, 480 mil reais. O valor deveria ter sido empregado na construção de uma unidade de saúde.
De acordo com informações colhidas pelo MPF/RN, em 2001, o município e o Ministério da Saúde assinaram o Convênio nº 2529/2001 com o objetivo de construir a unidade de saúde, entretanto o relatório de verificação constatou que a obra nunca foi concluída e sequer atende à população. Apesar disso, o valor do convênio foi integralmente repassado e sacado pelo tesoureiro da Prefeitura, em cheque nominal a ele.
Segundo a denúncia, para a execução da obra foi feita uma licitação apenas para a compra de materiais, sem procedimento licitatório para a contratação da empreiteira. A obra foi executada diretamente pela própria Prefeitura de Martins. O parecer do Ministério da Saúde opinou pela não-aprovação da prestação de contas, tendo em vista que a Prefeitura efetuou despesas com pessoal, taxas bancárias, FGTS, e INSS, desrespeitando o termo de convênio, que não previa tais pagamentos.
As investigações do MPF constataram ainda que Irafran Formiga possuía duas numerações de CPF, com pequenas diferenças no nome e local de nascimento diferente. "Tais fatos demonstram claramente que o denunciado tentou ludibriar os órgãos públicos criando duplicidade de perfis, reforçando os indícios de que tem caráter propenso ao cometimento de crimes e irregularidades", destaca o texto da denúncia.
Para o procurador da República Fernando Rocha de Andrade, que assina a ação, "conclui-se que os denunciados enriqueceram ilicitamente mediante desvio de verbas públicas federais, gastas sem a execução da obra". Apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio é crime (Decreto-Lei nº 201/67) que pode ser punido com pena de reclusão de dois a 12 anos, além da proibição de exercer cargo ou função pública por cinco anos.
A denúncia será apreciada pela Justiça Federal em Mossoró.
Fonte: O Mossoroense e PR/RN

sábado, 19 de fevereiro de 2011

DEMO ROU

José Agripino

Visto como um grande líder nacional, José Agripino chega finalmente à presidência do DEM. Cotado para candidato a vice-presidente várias vezes nunca o foi. Cotado para candidato da oposição do Senado, nunca conseguiu sê-lo. Eterna Viúva Porcina do prestígio político, Agripino tem cumprido apenas o papel de falastrão.

Holofotes

A mídia inimiga dos governos Lula e Dilma, tem nele um "especialista em falar contra" para qualquer ocasião. Ele, por sua vez, não pode ver um holofote. Em Brasília comenta-se que Jajá não pode andar a pé pelas ruas da capital à noite, pois pode ser atropelado. É que ao ver um farol de carro aceso ele pode pensar que se trata de um equipamento daqueles que iluminam as entrevistas de TV. E aí, com certeza, ele corre para cima. Fala-se dele e de Gabeira. Os dois têm muito em comum, especialmente no que diz respeito à vaidade. É um pouco aquela coisa: "Deus fez o mundo, mas fui eu que dei a ideia".

Bom, o homem agora é presidente do DEM. Candidato único. Até porque ninguém queria. Kassab ia concorrer com ele? Grande piada. O que Kassab quer mesmo é sair do DEM.

Mais uma vez fica provado que não se trata do prestígio de José Agripino, mas da decadência do DEM.
 
Coluna de Crispiniano Neto. Jornal de Fato

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Rapidinha

O padre estava em frente à igreja quando viu passar uma garotinha de uns nove ou dez anos, pés descalços, franzina, meio subnutrida, ar angelical, conduzindo umas seis ou sete cabras.

Era com esforço que a garotinha conseguia reunir as cabras e fazê-las caminhar.

O padre observava a cena. Começou a imaginar se aquilo não era um caso de exploração de trabalho infantil e foi conversar com a menina.

- Olá, minha jovem. Como é o seu nome?

- Rosineide, seu padre.

- O que é que você está fazendo com essas cabras, Rosineide?

- É pro bode cobrir elas, seu padre. Tou levando elas lá pro sítio de seu João.

- Me diga uma coisa, Rosineide, seu pai ou seu irmão não podiam fazer isso?

- Pode não, seu padre! Já fizeram, mas num dá cria… tem que ser um bode mesmo!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

TÁ RECLAMANDO DE QUÊ???

Reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arruda? do Sarney? do Collor? Do Renan? do Palocci? do Agripino? Da Rosa? Da Borboleta? Dos politicos distritais de Brasília? do Garibaidi? do Kassab? dos mais 300 picaretas do Congresso? E você? Brasileiro Reclama De Quê?

O Brasileiro é assim:

01 - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

02 - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

03 - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

04 - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

05 - Fala no celular enquanto dirige.

06 -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

07 - Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.

08 - Viola a lei do silêncio.

09 - Dirige após consumir bebida alcoólica.

10 - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11 - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12 - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13 - Faz "gato" de luz, de água e de tv a cabo.

14 - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15 - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.

16 - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

17 - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.

18 - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19 - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20 - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

21 - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

22 - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23 - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24 - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25 - Frequenta os caça niqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26 - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27 - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

28 - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29 - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30 - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos...

Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas...

Do dinheiro nas meias do Arruda...

Na cueca de fulano tal...

Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal?

A verdade é que a maioria dos brasileiros se estivessem no lugar dos políticos, fariam a mesma coisa.

E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!

Vamos dar o bom exemplo!

Espalhe essa ideia!

"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."

A carapuça serviu?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO

 
"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar, Fernando Henrique e Lula.

Agora dizemos que Dilma não serve. E o que vier depois também não servirá para nada...

Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladroagem corrupta dos Governadores e Prefeitos, ou na farsa que são os Senadores, Deputados e Vereadores.

O problema está em nós.

Nós como POVO

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a "ESPERTEZA“ é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos...
E para eles mesmos.

Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito.

Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano.

Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar o que não tem, encher o saco do que tem pouco e beneficiar só a alguns.

Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame.

Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.

Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres de que nosso País precisa.

Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS.

Nascidos aqui, não em outra parte...

Entristeço-me.

Porque, a presidente terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor. Mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serviu Lula, nem servirá a Dilma.

Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa.

E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados...

Igualmente sacaneados!

É muito gostoso ser brasileiro.

Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.

Nós temos que mudar! Um novo governante com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada..

Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. É O QUE SEMPRE DIGO

“O GOVERNO SOMOS NÓS,

OS POLÍTICOS, NEM TANTO ASSIM.”

"MEDITE!!!"

E eu acrescento: o que nos falta é EDUCAÇÃO!

Adaptação do artigo de João Ubaldo Ribeiro

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

LÂMPADA DE ALADIM MODERNO

Lâmpada do Aladim Moderno substitui combustíveis fósseis
 Ela não realiza desejos, mas pode ajudar a salvar o mundo! Olha só essa lâmpada:
Ela é à prova d’água, ilumina através de LEDs alimentados por uma pilha AA recarregável e durante o dia ela é abastecida pela luz do sol, podendo iluminar por até 4 horas. Tudo isso pensando apenas 85 gramas, substituindo muito bem, sim senhor, os melhores lampiões.

A empresa fabricante, sediada em Hong Kong, se chama Nokero – uma alusão a No Kerosene (Sem querosene). Segundo o fabricante, viver perto de um lampião equivale a fumar 40 cigarros por dia.
Pra quem não sabe, um quarto da humanidade queima combustíveis fósseis para iluminar suas casas, usando carvão, madeira, excremento de animais e restos das colheitas para cozinhar e se aquecer. Por ano, 1,6 milhão de pessoas, espalhadadas em casebres nas regiões mais pobres do mundo, morrem em decorrência da fumaça gerada dentro de seus próprios lares. Triste.
Assim, a “lâmpada do Aladin moderno” é uma prova de que a modernidade pode trazer, sim, transformações muito positivas para a humanidade e para o planeta. Basta a gente saber usar nossas descobertas para o equilíbrio de tudo e de todos!




FILOSÓFICA

Uma mulher pergunta a um sábio chinês:
- Mestre, por que um homem que faz sexo com várias mulheres é chamado de campeão e uma mulher que faz sexo com vários homens é chamada de vagabunda?
E o mestre responde:
- Filha, uma chave que abre várias fechaduras é uma chave-mestra. Já uma fechadura que abre com qualquer chave, não serve para nada!



terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

MEDICAMENTO OU VENENO ?

O símbolo da Medicina é uma cobra enrolada, com a seguinte frase:" Sedarem dolorem opus divinus est",ou seja: "Sedar a dor é um ato divino". Mas, como na vida tudo é relativo, vai lá uma pergunta: medicamento ou veneno?

Na antiguidade grega, a Medicina era um grande sacerdócio, mas foi mudando, mudando até se tornar um grande negócio. O lucro passou a ser o medicamento. O veneno mais eficiente encontrado hoje é o modelo capitalista, que envenena as massas trabalhadoras com seu ódio, desprezo pelas pessoas, pelo trabalho justo e produtivo, pela falta de justiça, pela ausência da reforma agrária, pelo envenenamento com os agrotóxicos produzido pelo agronegócio... Lucro, lucro, lucro sempre o lucro, e tome uma mídia totalmente envenenada.

O aumento da média de vida da população aconteceu muito mais em função das conquistas sociais bancadas pela população trabalhadora do que propriamente pelas conquistas científicas. As conquistas sociais sempre foram um medicamento voltado para a Saúde, ao passo que as conquistas cientificas sempre foram voltadas para combater as doenças. Uma complementa a outra...mas e o veneno?

O modelo capitalista sempre foi o veneno, na sua forma mais avançada: o imperialismo, que, na fobia de impedir qualquer vestígio de luta de classes, tenta esmagar com a doença, alienação, desinformação, deseducação...Ou seja: o modelo capitalista precisa desesperadamente da doença. Manter a população adoecida é manter o controle. Doença e lucro mantêm essa cobra venenosa ativa e raivosa.

As elites são iguais em qualquer lugar do planeta. Mantêm seus enormes "bolsos-familias" plenos de venenos, corrupção e artimanhas, criam leis para seu próprio benefício, mostram o "pau" e escodem sempre a cobra. Lucro com o "pão e circo", lucro com as doenças de massa produzidas pela forma totalmente insalubre ou insana da produção de bens e insumos inteiramente administrada pelo envenamento da "mais e cada vez mais-valia" e o lucro que desqualifica o indivíduo, tornando-o um simples objeto, um simples numerozinho desprezível e vulgar. O modelo capitalista precisa desqualificar e adoecer, eis sua real fonte de lucro.

A Medicina, desde algum tempo, vem sendo usada metaforicamente, como no exemplo da cobra: medicamento ou veneno, ou seja, ambiguidade para encobrir outras razões. Escolas e cursos superiores particulares em cada esquina "sem rosto" para gerar lucros e formar gerações adestradas. Todos tem enormes lucros: "a industria da doença", com laboratorios, planos de saude, farmacias, drogarias, "em cada familia um ou vários doentes". E segue essa procissão impiedosa e cruel em nome da "bondade" e da "piedade". O "rabo do cavalo" é o setor público, que pertence verdadeiramente à população, mas só cresce para baixo.

Doenças de massa, fome, miséria, causas naturais, desemprego, as grandes "jogadas" do capital especulativo que geram milhões de desempregos, angústia, desespero, cada vez mais doenças contra as quais a Medicina sozinha nunca pôde, nem dará conta. A Medicina é um alivio para a dor... a dor social. A tragédia social é para ser combatida de frente pelo indivíduo, pelo cidadão, pela ação coletiva, para retirar o veneno da exploração de classes...

A nossa tarefa é envenenar as cobras, modificar, revolucionar, não acreditar em medicamentos que a cultura burguesa nos dá como líquidos e certos há séculos, como infantilizar-nos com suas verdades venenosas e absolutas. Usemos o medicamento adequado: justiça social. Usemos a Medicina, a Educação, a Arte, a Cultura, a Justiça, no lugar onde devem estar. O veneno da corrupção, do lucro; da alienação; da estupidez pela força das armas, das guerras por mais poder, ditaduras econômicas e culturais,podemos jogar tudo isso no lixo com suas cobras venenosas.

É doloroso ver um trabalhador num corredor de um hospital público, totalmente desprotegido, sem nenhuma assistência, nenhum medicamento, quase morrendo, cercado de uma multidão de trabalhadores iguais a ele, nas mesmas circunstâncias, sem a menor chance... e o médico impotente. Aquele trabalhador que deu sua vida pela familia, pela sua dignidade, nunca imaginou que isso acontecesse. E o médico, com seu baixíssimo salário, vê todo dia isso acontecer...sem nada poder fazer. Eis o que o modelo capitalista nos impõe: nossa frustração ou morte, venenos letais. Contra o veneno... o antidoto, que é não se deixar levar pelas "bruxarias" "do não adianta fazer nada", "é impossível fazer alguma coisa", "é melhor negociar com o inimigo", "vamos fazer o jogo", "vamos manter a esperteza" , "os fins justificam os meios", "não adianta remar contra a maré"... A "bruxaria" só existe se você acreditar nela.

Companheiro cidadão, coragem e esperança sempre, não se deixe envenenar. A sua voz é a minha voz, a sua angústia é a minha angústia, a tua força é a minha força. O nosso grande medicamento? Lucidez e solidariedade.

Contribuição Dr. Daniel Chutorianscy, médico.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O BELO DO FEIO

François Silvestre

Ataliba nasceu em Umarizal, mais precisamente no Rabo da Gata, perto da casa de dona Ninita, mãe da ex-prefeita Loreto. Vivia de agricultura, dividindo um roçado com o poeta João Menezes.
Ao saber que o irmão do poeta havia partido de casa com destino ao seminário de Mossoró, Ataliba perguntou se era verdade, ao encontrar-se com o violeiro, ainda de manhã, no roçado dos dois. “É verdade, João, que Antônio foi ser padre”? E João Menezes respondeu: “Foi sim. Ele tá lá sendopade e eu aqui padecendo”.
O ano seguinte foi seca braba. O plantio de milho e feijão só serviu para perder as poucas sementes que sobraram do ano anterior. O prefeito prometeu falar com o governador. O governador prometeu falar com o ministro. O ministro prometeu falar com o presidente. E o presidente prometeu.
O vizinho sugeriu se queixar ao promotor. O promotor moveu uma ação civil pública. O juiz intimou o prefeito. O prefeito provou que o promotor era incompetente. O juiz arquivou a ação.
João Menezes afinou a viola e foi ganhar dinheiro nas feiras.
Ataliba não tocava viola nem pandeiro nem sanfona. Só punheta. Pra não morrer de fome, resolveu retirar. Mas não foi para São Paulo. Foi pra Goiás e depois pro Pará, onde trabalhou de escravo numa fazenda pras bandas de São Geraldo do Araguaia.
De lá, conseguiu fugir com mais dois colegas e se mandaram para o Rio de Janeiro. Trabalharam na tina, de vigia de prédios, catando lixo, lavando pratos, o escambal.
Até que descobriram uma oferta de trabalho numa cidade serrana do estado do Rio.
Tudo muito bonito. Lindas mansões, exuberantes jardins. E o melhor: chuvas francas. Pra quem retira da seca, o verde é uma permanente lente de contato que acalanta os olhos.
Corta e volta para Umarizal. Dona Etelvina, mãe de Ataliba, não desgruda da televisão. O filho mora naquele lugar onde tudo está desabando. Ela conta que falou com ele por telefone. E ele disse: “O tempo está muito bonito, mas a chuva é demais e não cabe do chão”. Dona Etelvina não entende. A televisão diz que o tempo está horrível por lá.
É que tempo bonito para sulista é sol escaldante e ausência de nuvens. Pra nordestino, tempo bonito é o nascente cor de chumbo com as nuvens prenhas para parir água nas grotas e baixios.
Dona Etelvina passou dos setenta. Cabeça pretinha. Alguém comentou com ela sobre seus cabelos pretos. E ela respondeu: “Pois é. Aqui em cima só foi sofrimento e tá tudo preto. Lá embaixo só foi diversão e tá tudo branco”. E ainda perguntou se o rapaz queria ver.
Enquanto isso a natureza vai respondendo como pode às agressões que sofre da estupidez humana.
Urge que as serras potiguares, agredidas e abandonadas, ponham as barbas de molho. Té mais.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

FÓRUM DE EDUCAÇÃO

APAGÃO

O QUE É APAGÃO? EU EXPLICO DANDO AULA DE HISTÓRIA

Por Ailton Medeiros

José Agripino Maia, aquele senador que embolsa uma vultosa aposentadoria por ter exercido o mandato de governador do Rio Grande do Norte sem recolher um único tostão aos cofres do INSS e sem precisar contabilizar tempo de serviço, acusa o governo federal pelo apagão que atingiu sete estados do Nordeste, inclusive a Taba.

Agripino, segundo o “Jornal de Hoje”, promete fazer pronunciamento no Congresso denunciando o descaso com que a região é tratada pela União. Agripino deve achar que o Brasil é um país de trouxas.

Não houve apagão, claro. O que houve foi uma interrupção de energia afetando a vida de milhões de pessoas. De todo modo, chato, incômodo, desagradável.

Pois bem, Agripino quer igualar a interrupção, que durou algumas horas (quatro em certos lugares), com o apagão do Fernando Henrique Cardoso, que durou meses e custou muito alto para os brasileiros. Se vocês têm uma boa memória como este escriba, vão se lembrar daquele famigerado racionamento.

“Bom, mas esse é o papel da oposição”, dirão alguns. Pode ser. Meu dever como jornalista, porém, é desmascarar bocós como Agripino mostrando que esse problema não é exclusivo do Brasil como leva a crer uma análise rápida.

Nas últimas décadas, uma série de blecautes afetou milhões de pessoas em várias partes do mundo. O maior deles, em 2005, aconteceu na Indonésia, afetando mais de 100 milhões de pessoas. “Mas logo Indonésia, Ailton”? E o que dizer do apagão que ocorreu em agosto de 2003 nos Estados Unidos?

O blecaute atingiu a região nordeste dos Estados Unidos e a região leste do Canadá provocando um colapso, afetando cerca de 55 milhões de pessoas e causando prejuízos de 6 bilhões de dólares, segundo o “The New York Times”.

Seis meses depois uma força-tarefa dos EUA e do Canadá concluiu que o apagão foi causado por uma falha em linhas de transmissão em uma área rural do Estado de Ohio, o que gerou sobrecarga do sistema e paralisou a geração de energia em mais de cem usinas.

No Brasil, duas horas depois, o PIG e a oposição já estavam cobrando do governo a causa da interrupção de energia ou sejá lá o que isso signifique.

Para o leitor ter idéia, entre 2000 e 2001, ocorreram vários apagões nos EUA e na Europa. Mas nada se compara ao blecaute ocorrido em 1977, em Nova York, e que ficou conhecido como a “noite do terror”, como definiu na época a revista “Time” (há um documentário sobre o acontecimento).

Começou com um apagão em diversas áreas de Nova York às 20h37, após a queda de um raio em uma subestação no Rio Hudson. Logo em seguida uma onda de vandalismo e violência tomou conta das ruas de Manhattan.

Já imaginaram se tal acontecimento ocorresse no Rio de Janeiro?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CONVERGÊNCIA VS. PROPRIEDADE CRUZADA

A quem interessa a confusão?

Por Venício A. de Lima

A chamada “revolução digital” provocou uma reviravolta no mundo das comunicações. Uma única tecnologia – por exemplo, a fibra ótica – possibilita a transmissão, vale dizer a distribuição para consumidores, tanto de sons como de textos e de imagens. Diluíram-se as fronteiras entre as telecomunicações e a radiodifusão, por exemplo. Além disso, jornalistas multimídia produzem conteúdo noticioso para rádio, jornal, revistas, televisão e portais na internet. Daí porque se fala na “convergência de mídias”, expressão que tem por base as mudanças tecnológicas que permitem, por exemplo, que um “consumidor” escute rádio, veja TV, assista filmes, leia jornais e revistas em um único “receptor” – por exemplo, um computador pessoal.

Há, no entanto, uma diferença fundamental: emissoras de rádio e televisão, assim como operadoras de telefonia fixa e móvel, continuam sendo um serviço público, concedido pela União a grupos privados, para exploração sob determinadas condições e por prazo determinado. Os jornais, revistas e portais na internet, apesar de manterem a natureza de serviço público, não dependem de concessões do poder público.

Já a propriedade cruzada é um conceito da economia política do setor. No Brasil, ela tem sido historicamente a base sobre a qual se consolidaram os oligopólios privados de mídia. Um mesmo grupo, no mesmo mercado, controla diferentes mídias – concessões públicas ou não, em níveis local, e/ou regional e/ou nacional. Essa é a história da formação e consolidação, para ficar apenas em dois exemplos, dos dois principais grupos privados brasileiros de comunicações: os Diários Associados e as Organizações Globo.

Acresce à propriedade cruzada – que nunca foi de fato regulamentada no Brasil – a ausência de controle do Estado sobre a formação de redes (networks), tanto de rádio quanto de televisão.

A exceção é o Brasil

No mundo democrático, a propriedade cruzada no mercado de comunicações é sempre controlada. Nos Estados Unidos a Federal Communications Commission (FCC) começou a regulação quando de sua criação em 1934. O Brasil é uma exceção.

Apesar de o parágrafo 5º do artigo 220 da Constituição ser explícito ao consignar que “os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”, não há regulamentação sobre o assunto.

O fato, aliás, é um dos objetos da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 10 [originalmente Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4475], da lavra do jurista Fábio Konder Comparato, que trata especificamente da “omissão legislativa inconstitucional em regular a proibição de monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação social”.

Parece claro, portanto, que a concentração da propriedade nas comunicações, fundada na propriedade cruzada, não pode ser justificada pela “convergência de mídias”.

Propriedade cruzada se refere à oligopolização do mercado, vale dizer, à negação do mercado livre de idéias, tão caro à ideologia liberal. A propriedade cruzada, na prática, significa menos vozes, menos pluralidade, menos diversidade. Um atentado à liberdade de expressão. De fato, uma forma disfarçada de censura.

“Convergência de mídias” se refere a um avanço tecnológico provocado pela digitalização cujas conseqüências, por óbvio, não estão acima da pluralidade, da diversidade e nem da universalidade da liberdade de expressão.

OS OSSOS DOS APOSENTADOS

E PARA O SALÁRIO MÍNIMO