François Silvestre é um homem honrado. Tem outras qualidades. Como a generosidade, por exemplo. Mas para o momento, diante dos ataques dirigidos a ele, restrinjo-me a citar sua honradez.
Os exageros são evidentes e mal intencionados no que tem saído na imprensa sobre ilegalidades na Fundação José Augusto. Fui assessor de imprensa e editor da revista Preá no período em que ele presidiu a Fundação. Nunca vi e nem soube de qualquer ato que o desabonasse no período.
O que presenciei foi uma vontade enorme dele e da equipe que ele formou de fazer as coisas. As dificuldades burocráticas eram enormes. Travava tudo. Lembro que uma vez, no gabinete, assisti ele tirar dinheiro do próprio bolso para bancar a viagem da equipe da Preá que iria ao interior fazer uma reportagem. Esse gesto, na minha opinião, traduz bem o que foi aquele período.
Um período rico, de realizações importantes, como as Casas de Cultura, o Teatro de Cultura Popular, a Preá, a reforma na Fortaleza dos Reis Magos, a reforma na FJA, que agora dizem que não ocorreu, o que me leva crer na má intenção, não sei ao certo com qual propósito, das “denúncias” porque basta uma visita ao prédio da entidade e perguntar a qualquer funcionário sobre aquele tempo.
Convivi com François quatro anos. Tinha trabalhado como assessor de imprensa na gestão anterior, de Woden Madruga, nos oito anos do Governo Garibaldi. Sou amigo até hoje dos dois.
Pelo radicalismo que marcou a campanha sucessória de Garibaldi o esperado, o “normal” era minha saída do cargo comissionado de assessor de imprensa que ocupava. Isso eu dava como certo. O que ficou ainda mais claro depois que saiu a indicação de François para o cargo.
Isso porque anos antes eu havia criticado duramente uma antologia de poetas norte-rio-grandenses publicada pelo escritor Manoel Onofre Jr. Sobrou também para François, um dos poetas que participaram da antologia (reproduzi até trecho de poema dele, para ilustrar o equívoco das escolhas de Onofre).
Essa resenha rendeu-me vários dissabores e um deles foi a inimizade por anos com Manoel Onofre. Em um dos seus livros, François me respondeu indiretamente. Se nunca tinha havido relação pessoal com ele, depois disso é que não houve mesmo.
Por isso, não nutria a menor esperança de continuar na FJA, emprego que pagava pouco mas que eu precisava manter, pois se somava a outro que tinha e dava para ir tocando o barco. Nesse aspecto o jornalismo sempre foi padrasto para mim, jamais ganhei dinheiro nessa profissão, além daquele que me permite viver de forma eternamente periclitante, mas com alguma dignidade e desde o princípio de cabeça erguida.
Foi, então, com surpresa que recebi o convite de François para continuar no cargo, que, a princípio, pensei que fosse só de assessor de imprensa, mas que acabei acumulando com o de oeditor da Preá. Depois, fiquei sabendo que a governadora Wilma de Faria já havia indicado uma colega para o cargo, mas prevaleceu a decisão do então presidente da FJA.
Conto essa história para jogar alguma luz na personalidade de François. Foi um presidente muito querido dos funcionários, sempre pronto a ajudar quem o procurava, gabinete aberto, sem frescura de marcar hora com secretária, quem quiser tirar a prova é só fazer uma enquete rápida nos corredores da FJA.
François tem um passado de lutas cívicas que muitos gostariam de ter ou até mesmo hoje dizem ter e não passa de balela. Por isso tudo, merece respeito. E tem a minha irrestrita solidariedade.
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Tácito Costa