Trecho escrito e lido por Ildelita Xavier no
aniversário de noventa anos de Dona Adélia
em 01 de janeiro de 2010.
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No seu tempo e no nosso, D. Adélia
Em Martins tudo se comemorava
O que acontecia na cidade
O povo alegre participava
As festas da padroeira eram lindas
Os anjos abriam o cortejo da procissão
Depois, as associadas do C J e as filhas de Maria
Encerrando a festa da Virgem da Conceição
Tinha pastoril, lapinha e folguedos
Entrega de ramos em frente a Matriz e balão
Banda de música no Coreto da praça
Alvorada, salva, barracas e leilão
As barracas dividiam a cidade
Para ganhar se trabalhava de montão
Marinha e Aeronáutica era num ano
No outro, Azul e Encarnado era o cordão
A parte profana era comemorada
Com bailes e matineés com grande animação
No dia 06 de janeiro duas festas haviam
Uma no C L E M, e outra no Barracão
As novenas do mes de maio
Para Nossa Senhora, toda devoção
No dia 31, com anjos e pétalas de rosas
Era a linda festa da coroação
O Carnaval era uma festa deslumbrante
Todos fantasiados de palhaços, pierrot e colombina
Tinha matineé e corso pela cidade
Na mochila, confete, cloretil e serpentina
Hoje aqui em Martins é tudo muito diferente
Só tem música baiana de Olodum
Do tempo da nossa maravilhosa infância/juventude
Só existe a tradição do Papangu
Dr. Pelópidas de sua casa em frente a praça
Ligava o gramofone, a música do lugar
Para alegrar a reunião da moçada
Que após a missa, ia prá praça passear
O São João era outra linda festa
Fogueiras, milho assado,casamento matuto, advinhação
Tinha desfile de carroças pela cidade
À noite forró e quadrilha no Barracão
A Banda de música de Martins
Seu João Inocêncio por anos comandou
Tocando "Saudades da minha terra", e depois
Seu Nair, Janjão, Luiz o seu lugar ocupou
Aquela praça simples, linda e acolhedora
Que fazia parte de nossa história
Alguém que não era martinense, sem coração tratou de destruir
Do coreto, hoje só temos a memória
Em 90 anos de história, muita coisa aconteceu
A Martins fria e pacata foi aos poucos mudando
Hoje, é hotéis, pousadas, bares, turismo
É o progresso, porém com seus males chegando
Como em qualquer outro lugar
Quer seja na cidade ou no sertão
Aqui também predomina a insegurança
Gerando nas pessoas o medo e a tensão
Hoje vivemos trancados dentro das casas
Atrás das grades onde deveria estar o ladrão
Diferente de nossa Martins de antigamente
Que nem para dormir, precisava fechar o portão
O ar puro e o clima ameno está desaparecendo
Aqui, onde até os tízicos no passado vinham se curar
Devido ao desmatamento e as mudanças climáticas
A poluição e até calor temos que suportar
E assim vamos levando nossas vidas
Até quando permitir o Criador
Sem nunca esquecer nossas raízes
Para vós Martins querida, todo o nosso amor!
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