Formou-se na Europa a canhestra onda para enfrentar a crise econômica, passando depois aos Estados Unidos, chegando ao Chile e aproximando-se do Brasil. Fala-se das iniciativas adotadas na Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, França, Itália e arredores, seguida pelo Partido Republicano e parte do Partido Democrata, em Washington, e já despertando reações contra o governo chileno.
Sem tirar nem pôr, trata-se de mandar a conta dos fracassos do neoliberalismo para os mesmos de sempre, ou seja, as massas. O povão, que em maior ou menor grau insurge-se contra o aumento de impostos, as demissões descontroladas, o corte nas políticas sociais e a supressão dos raros direitos trabalhistas ainda existentes. No reverso da medalha, nenhum encargo suplementar para as classes abastadas, muito menos contenção da especulação financeira ou redução das dívidas internacionais.
Essa formula certamente vem dos tempos de Ramsés II, adotada em Atenas e Roma, tornando-se descessário referir não haver mudado até hoje. As elites se locupletam e os pobres pagam. Alguns estóicos protestaram através dos tempos, uns perdendo a cabeça, outros queimados na fogueira, sem condições de alterar o processo que faz os espertos iludirem os inocentes.
Haverá, neste limiar do Século XXI, condições para a equação ser invertida? Parece que não, após o fracasso do socialismo autoritário na ex-União Soviética e a adesão da China ao capitalismo ditatorial. A África dilui-se em suas próprias entranhas e nós, aqui na América Latina, jogamos o “faz-de-conta” de estarmos preparados para enfrentar a crise, que acabará estourando, como sempre, no andar de baixo. Tempos atrás apareceu um movimento que parecia puro e inovador, destinado a inverter a equação. Era o PT, hoje transformado em mais um refúgio dos espertos, algoz dos inocentes.
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