Por Fernando Soares Campos
Lula não ganhou eleições para a Presidência da República apenas de Serra e de Alckmin. É bom que a gente se lembre de que outros candidatos foram derrotados, e muitos outros que aspiravam ao cargo foram preteridos pelos seus próprios partidos, seus cacifes eleitorais não ofereciam chances de vitória nas urnas. Alguns deles concorreram ao cargo de vice-presidente. Todos perderam.
Imagine a dor de cotovelo dessa gente doutorada, elitizada, mas derrotada para o metalúrgico que saiu da seca do Nordeste.
Durante esses anos, analisei o comportamento de alguns deles.
Governador, senador ou deputado, todos os derrotados nas urnas passaram a atacar o governo Lula e, em alguns casos, massacrar a própria pessoa, o cidadão, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os que foram derrotados por Lula (considerando as eleições em que o próprio Lula perdeu, mas ficou na frente deles), somente Brizola o combatia com argumentos realmente fundamentados.
Brizola sempre foi um adversário leal (sincero e fiel às regras que norteiam a honra e a probidade), do tipo que se opõe mas não se decompõe (não apodrece), como aconteceu com muitos políticos, gente que pregou da boca pra fora, sujeitos cujos discursos apenas forjam suas imagens de esquerdistas, socialistas, comunistas, ou simplesmente progressistas, reformistas. São na verdade carreiristas, no pior sentido.
Casos existem em que determinados indivíduos passaram grande parte das suas deploráveis existências enganando eleitores e se elegendo representantes do povo. Elementos que se conformam em comer pelas beiras, politiqueiros que aceitam a condição de “oposição confiável” (confiável para a direita, confiável por não representar qualquer tipo de ameaça, principalmente por desempenhar o papel ditado pelo próprio “adversário”).
Entre os que perderam eleição para Lula, o senador Pedro Simon é daqueles que nem chegaram a concorrer, foi apenas cogitada a sua candidatura. Certamente ele animou-se e, pelo visto, ainda continua aspirando ao cargo. A imprensa alimentou os sonhos de Pedro Simon, da mesma forma que agiu com Marina Silva recentemente. Acontece que Simon está muito além de Marina no que diz respeito a experiências pessoais e políticas. Simon é raposa; Marina, ovelha; portanto, ambos representam extremos de personalidade desaconselhável ao cargo.
Do que é capaz uma pessoa ressentida?
Pedro Simon, Roberto Freire, Zé Agripino e Jarbas Vasconcelos são alguns maus exemplos de despeitados. Esses indivíduos devem estar exigindo de Deus uma explicação por terem sido preteridos em favor de um “semianalfabeto”. O comportamento político dessa gente tem sido uma torcida pelo quanto pior, melhor, ou quanto mais infelicidade do povo, maior a esperança de se erguerem politicamente e com isso viabilizarem a possibilidade de se manter no poder central, ou dele participar na condição de capacho, lambe-botas, papagaio de pirata nos eventos da Corte.
A emenda Ibsen Pinheiro, que determina a distribuição dos royalties do petróleo com base nos fundos de participação dos estados e municípios não tem outro objetivo que não seja colocar o presidente Lula numa situação desconfortável frente ao eleitorado nacional. Para esse tipo de parlamentar enganador, a questão dos royalties do petróleo suscitou uma possibilidade de jogar o “apedeuta” contra a população. Uma chance de derrubar o prestígio internacional e a popularidade doméstica de Lula. Nada mais que isso.
O objetivo é um só: fazer com que o Presidente Lula tenha de vetar e, assim, desagrade a muitos ou que, deixando de vetar, fique maldito entre os eleitores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Alguém tem dúvida
Precisa dizer mais alguma coisa?
Precisa sim.
Cobras sibilam, hienas gargalham, crocodilos choram, ratos chiam e velhacos velhacam.
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