SÓ GOZO COM QUEM DÁ

terça-feira, 31 de agosto de 2010

COLMÉIA

NÃO EXISTE MEL SEM ABELHAS

Durante mais de 180 anos a direita comandou o Brasil e construiu a mais cruel distribuição de renda do mundo. Era óbvio que essa ganância não produziria simpatizantes entre os prejudicados. Isso não aconteceu só no Brasil, mas também em muitos países da América. Até nos Estados Unidos, o líder mundial do sistema capitalista, a sua elite foi com sede exagerada ao pote e deu no que deu...

De repente, o brasileiro, como a grande maioria pobre desses países, descobriu que, como o elefante, se usasse a força que tem, seria dono do circo.

Pois é. Os prejudicados estão tomando posse do circo.  Eles são maioria e, conseqüentemente, têm a maioria dos votos. Simples questão aritmética. Portanto, se as elites quiserem voltar ao poder, deveriam deixar de ser essa caricatura de elite e suavizar seus apetites financeiros.

Infelizmente, a elite parasita ainda não aprendeu a transformar-se em elite produtiva, com novas idéias e projetos modernos. Quer continuar naquele Brasil colonial. Contando com a parceria dos grandes veículos, tenta diminuir o sucesso dos governos da "ralé". Isso, é evidente, não conquista votos. Criticar, caluniar, condenar, assassinar reputações, CPIS, dossiês, não funciona, torna-a mais impopular. Chove no molhado de uma área cada vez menor.

O apoio de veículos que perdem diariamente credibilidade é inútil. Ou causam o efeito contrário. Basta ver as pesquisas. Mesmo com a imensa crise mundial, os governos populares continuam com altos índices de aceitação. E os governos elitistas cada vez mais complicados.

Que fazer agora? Precisam superar esse sonho de apartheid ou de democracia sem povo e se juntarem à maioria, participando da construção de um novo país com o apoio de sua mídia. Um país com alma de matriz, mais brasileiro, com uma justiça justa, produtivo, com saúde, boas escolas, com uma distribuição de renda humana e inteligente, com padrão de vida melhor para todos.
por Zeno José Otto

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

FIRME NA PAÇOCA

O prefeiturável 2012 de Martins, FRANCISCO MARTINS, afirma que ele e seu grupo continuarão apoiando o Governador.

"Para o bem do nosso grupo em Martins continuaremos com IBERÊ, nossa chapa completa é Iberê governador, Vilma e Hugo Manso senadores, Fátima Bezerra federal e Zé Dias estadual". declarou!

Decepção bicuda, que sonhava com um racha.

Para Presidente DILMA ROUSSETT lógico.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

PESQUISA DATAFOLHA

A candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, manteve sua tendência de alta e foi a 49% das intenções de voto. Abriu 20 pontos de vantagem sobre seu principal adversário, José Serra, do PSDB, que está com 29%, segundo pesquisa Datafolha. Os contratantes do levantamento são a Folha e a Rede Globo.

Realizada nos dias 23 e 24 com 10.948 entrevistas em todo o país, o levantamento também indica que Dilma lidera agora em segmentos antes redutos de Serra. A petista passou o tucano em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná e entre os eleitores com maior faixa de renda.

Em São Paulo, Estado governado por Serra até abril e por tucanos há 16 anos, Dilma saiu de 34% na semana passada e está com 41% agora. O ex-governador caiu de 41% para 36%. Na capital paulista, governada por Gilberto Kassab (DEM), aliado de Serra, ela tem 41% e ele, 35%.

No Rio Grande do Sul, a petista saiu de 35% e foi a 43%. Já Serra caiu de 43% para 39% entre os gaúchos.

A margem de erro máxima da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Todas as oscilações nacionais se deram dentro do limite.

Dilma tinha 47% na sondagem do dia 20 e foi a 49%. Serra estava com 30% e agora tem 29% Marina Silva (PV) manteve-se em 9%. Há 4% que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum. E 8% estão indecisos. Os demais candidatos não pontuaram.

Se a eleição fosse hoje, Dilma teria 55% dos votos válidos (os que são dados apenas aos candidatos) e venceria no primeiro turno.

SEGUNDO TURNO

Como reflexo de seu desempenho geral, Dilma também ampliou a vantagem num eventual segundo turno. Saiu de 53% na semana passada e está com 55%. Serra oscilou de 39% para 36%. Ampliou-se a distância, que era de 14, para 19 pontos.

Outro dado relevante e que indica um mau sinal para o tucano é a taxa de rejeição. Dilma é rejeitada por 19% dos eleitores, taxa que se mantém estável desde maio.

Já Serra está agora com 29% (eram 27% semana passada) e chega a seu maior percentual neste ano.

Na pesquisa espontânea, quando os eleitores não escolhem os nomes de uma lista de candidatos, Dilma foi a 35% contra 18% de Serra.

No levantamento anterior, os percentuais eram 31% e 17%, respectivamente.

A pesquisa está registrada no TSE sob o número 25.473/2010.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PESQUISA CNT-SENSUS


VITÓRIA DE DILMA NO 1º TURNO

Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira mostra vitória da candidata Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno na disputa pela Presidência da República. A candidata do PT recebeu 46% das intenções de votos na pesquisa estimulada, contra 28,1% para José Serra (PSDB) e 8,1% para Marina Silva (PV). A petista somou 55,3% dos votos válidos. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Os demais candidatos, incluindo Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), não atingiram 1% das intenções de votos. Os indecisos e votos nulos/brancos somam 16,8%.

Na pesquisa espontânea, em que a lista de candidatos não é apresentada aos eleitores, Dilma também aparece em primeiro lugar com 37,2% das intenções de votos. Ela é seguida por Serra, com 21,2% e Marina Silva, com 6%. Os demais candidatos também não somaram 1% dos votos.

Num eventual segundo turno, Dilma venceria com 52,9% contra 34% de Serra. Nulos, brancos e indecisos somariam 13,2%.

A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 20 e 22 de agosto, com duas mil entrevistas em 136 municípios. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 24.903/2010.

TRAQUINAGEM E ADIVINHAÇÃO

François Silvestre
O engenheiro Ângelo da Costa, vulgo Costa de Luiz Lino, disse certa vez que descobrira a minha real ideologia. Após assistir a alguns capítulos do “Bem Amado” de Dias Gomes, que a televisão popularizou, Costa não teve mais dúvidas. “Você é um Esquerdista Cervejista”. Pronto. Tava aí a definição mais próxima da verdade que mereceu minha ideologia. Analogia da jenipapança.

Dia desses, ele me telefonou para lembrar uma lição do matuto, meu tio, Zé Suassuna de Alencar. “Seu Zé me disse, numa tarde distante de Umarizal, que a adivinhação é prerrogativa dos velhos e a traquinagem é direito das crianças”. Repetiu o texto integral: “velho que não adivinha tá bom de morrer e menino que não traquina precisa de médico”.

Tudo para falar de festas e dores da velhice. Foi dito que a única alternativa para a velhice era a morte. Portanto, não é apenas saudável gostar de ser velho. É o único jeito de adiar a despedida. Como definiu a mulher do filósofo: A vida é um demorado adeus.

Quanto mais demorar melhor. Só que a alegria apressa o tempo. E o sofrimento o alentece. Taí a encruzilhada. Se for feliz, o tempo voa. Enquanto a dor amarra os ponteiros.

Duas horas numa festa não dura cinco minutos. Dois minutos sob tortura atravessa o século.

Dos tempos da traquinagem, cada criança carrega consigo um baú de lembranças. E elas se grudam feito tatuagem no matulão da memória.

Não há velho que não carregue uma criança para esticar as rugas do peito. Que o faz, na ante-sala do sono, sentir o cheiro de uma mareta de açude. Cá no sertão. Nas cidades, as lembranças são outras. Se bem que lembrança de menino é como casa de avó; só existe uma. E todas estão no mesmo endereço.

Das traquinagens experimentei todas. Ou quase todas. Das imitações dos adultos, das mentiras cadentes, das safadezas e ritos que inventam prazeres e descobrem o sexo.

Mas havia o confessionário para purgar as culpas. Tudo até a Sexta-Feira. Semana de sacanagens. No Sábado, a confissão. O padre alemão, geralmente reprimido, demorava perguntando os detalhes das bronhas ou do troca-troca. No Domingo, o corpo de Cristo. A hóstia feita de finíssima película de trigo, que se dissolvia na língua antes do sabor atingir o paladar.

À saída da igreja, o corpo leve. E a promessa feita diante da imagem da Conceição de que aquela seria a última penitência paga. Não pecaria nunca mais. Como era bom carregar o corpo maneiro. Só faltava voar.

Segunda-Feira, pela manhã, os primeiros encontros com a turma da bola de meia e das gaiolas. Discussões, palavrões. Na Terça-Feira, o corpo com saudade do peso. Voar uma ova.

O banho da tarde já cobrava o trabalho da mão. Fazer o quê? Era preciso arranjar assunto para o confessionário. Té mais!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ESQUECERAM O ZÉ

O Estadão de hoje traz uma matéria que, mais do que qualquer pesquisa Ibope ou Datafolha, mostra como Serra se tornou um espanta-voto por todo o país.

Ontem, primeiro dia da propaganda de candidatos a Governador e a Senador, o tucano só apareceu ou foi citado em quatro Estados, enquanto Dilma era mencionada em 17 e o presidente Lula em todos, exceto Roraima, Tocantins e Espírito Santo. Confira no mapa aí abaixo.

E citação explícita, segundo o Estadão, Serra só teve uma única vez, no programa de Geraldo Alckmin, que tal como o aecista Antônio Anastasia, em Minas, que usou uma rápida imagem em um clipe, parece que cumpriram burocraticamente o “dever” de citar o “mentiroso”.

Falando nisso a coisa anda feia para a direita. O DEM escondeu, segundo o jornal, até a marca do partido e os candidatos que dão (ou davam) palanque a Serra preferiram citar Lula em seus programas.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VOX IG BAND

PIADA

CACHORRINHOS DO JOÃOZINHO

Joãozinho chega cedo na escola municipal e diz à professora:

- Tia, lá em casa nasceram oito cachorrinhos e todos vão votar em Rosalba.

- É mesmo? - diz a professora bicuda e mal paga toda feliz...

Uns quatro ou cinco dias após, o Joãozinho novamente chega à professora e diz:

- Tia, lá em casa nasceram oito cachorrinhos e três vão votar em Rosalba.

Então, a professora intrigada pergunta:

- Uééé... Não eram oito cãezinhos que iam votar em Rosalba???

- Eram, mas cinco já abriram os olhinhos!!!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

SERRADO

PESQUISA IBOPE

Ibope coloca Dilma eleita em 1º turno, com 11 pontos de vantagem

A vantagem de Dilma Rousseff (PT) na pesquisa Ibope de intenção de votos para a Presidência da República aumenta para 11 pontos percentuais. Com a conformação, a candidata governista seria eleita em primeiro turno, já que somaria 51% dos votos válidos. A informação consta do levantamento divulgado ontem, segunda-feira (16). Na semana passada, a diferença em relação a José Serra (PSDB) era de cinco pontos.

A candidata apoiada por Lula teria 43% dos votos se as eleições fossem hoje. O oposicionista Serra ficaria com 32% segundo o Ibope. Marina Silva (PV) aparece em terceiro, com 8% dos votos. Os demais candidatos não atingiram 1% cada. Brancos e nulos são 7% e indecisos, 9%. É o último levantamento realizado antes do início do horário eleitoral gratuito de TV e rádio.

Nas simulações de segundo turno, Dilma também venceria. Contra Serra, seria por 48% a 37%. Brancos e nulos seriam 8% e indecisos 7%. São as maiores margens favoráveis à petista da série feita pelo instituto para o pleito deste ano.

Na pesquisa anterior, Dilma tinha 39%, contra 34% de Serra. Enquanto a primeira cresceu quatro pontos, o segundo oscilou dois para baixo. Marina aparecia com os mesmos 8%. Em um eventual segundo turno, a vantagem da candidata governista sobre o tucano era de cinco pontos percentuais.

O Datafolha, cuja pesquisa foi divulgada na sexta-feira, aferiu uma vantagem de oito pontos percentuais para Dilma. O Vox Populi tem a divulgação de sua pesquisa embargada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em função de pedido do PSOL.

A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Foram entrevistados 2.506 de 12 a 15 de agosto – depois, portanto, das entrevistas dos candidatos ao Jornal Nacional. O estudo está cadastrado no TSE sob o protocolo número 23548/2010 e foi encomendado pela Rede Globo e pelo jornal O Estado de S.Paulo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O ANIMAL GRATUITO

François Silvestre

(Publicado no Novo Jornal de Natal RN)

A principal conseqüência da abolição da escravatura não foi de natureza social, mas antropológica. Deu ao negro uma condição que era apenas do branco e do índio. Isto é, após a Lei Áurea o negro passou a ser também gratuito.

Integrou-se ao conjunto da conceituação de Otto Lara Resende.

A partir daí o único animal humano exposto à venda é o eleitor. Procura-se uma lei de lata para ele.

Mas há um problema: o eleitor não quer a abolição da sua escravatura. A eleição é a feira onde ele se põe à venda. E esse negócio tem muitas faces ou variadas relações de troca.

Há o que se vende por uma passagem, uma receita médica, uma catraca de bicicleta, um terno de time, uma conta de luz, um bujão de gás. Esse é o venal que nem sempre entrega a mercadoria. Isto é, nem sempre vota no comprador. Ou vende várias vezes o mesmo voto. Dizem os próprios que o voto vai para o último que comprar. Por isso é de bom alvitre deixar para comprá-lo na véspera ou no dia. O “líder” municipal é peagadê nesse balcão. As madrugadas da véspera viram uma feira livre, de motos e carros, dentre compradores e fiscais dos já comprados.

Há o vendedor de “boiada”. “Líder municipal”, que vende o pacote.

Há o que se vende por uma benfeitoria aparentemente de interesse público, porém de utilidade pessoal. O calçamento de uma viela onde há cinco casas e todas pertencentes ao mesmo proprietário. Um poço em terreno público, próximo apenas de um único sítio. Um poste com luminária que clareia somente a mansão da esquina. Esse é o venal nobre. Não há cheiro do zinabre nas mãos.

Há o venal por emprego. Esse tem várias faces. O emprego pode ser para ele próprio ou para outrem do seu interesse. O carente de emprego nem sempre tem prestígio suficiente ou acesso ao candidato. Vale-se da força de um padrinho; que pode ser um cabo eleitoral, um “líder” comunitário ou até mesmo um figurão da vida social.

Há o leitor barato; que se vende pela simpatia do candidato, pela vaidade de ser lembrado, pelo discurso bonito ou até pela crença das propostas. Tô nesse time. Mas confesso que o meu voto vale tão pouco, que se eu tivesse necessidade, o venderia por um pão doce com caldo de cana. Ou por uma tapioca do Chapinha, com mate gelado, dos tempos da fome na Casa do Estudante.

Não tiro a razão dos vendedores de voto. Não. Eles são a cara da nossa democracia cidadã. Da nossa legislação de faz de conta. Dos nossos paladinos públicos e privados.

Salvar o que resta das matas, pra quê? Da cultura, pra quê? Da dignidade, pra quê? É preciso manter a patifaria para garantir o emprego dos moralistas. Catedrais da hipocrisia.

E quem nada puder fazer de útil pela vida pública, que o faça na privada. Té mais.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DEBATE NA BAND

Dilma venceu o debate

Dilma venceu por larga margem o debate na Band, e foi melhor do que encomenda.

Olhando superficialmente não parece tanto, porque, com regras rígidas, e pouco tempo para desenvolver os temas, fica tudo meio nivelado. Mas uma análise aprofundada mostra a percepção deixada no telespectador foi melhor do que a encomenda.

Venceu porque se mostrou a mais capacitada para enfrentar os desafios do Brasil, e porque demarcou exatamente seu terreno político, o do "lulismo". De quebra, Dilma teve uma postura televisa muito boa, salvo um curto momento inicial, quando ainda não estava à vontade no debate.

Serra foi o pior de todos, porque saiu do debate do jeito que não queria: com FHC pendurado no pescoço, e com um perfil debatedor de político malandro, se esquivando o tempo todo de perguntas inconvenientes. Mas conseguiu escapar de um desastre.

Nos momentos em que fez críticas de oposição mais forte, Serra pintou um quadro muito pior do que a realidade. O brasileiro sabe que o governo Lula não resolveu todos os problemas do Brasil (e não teria como), mas o povo não vê as estradas, os portos, os aeroportos, e nem os correios, com o grau de catastrofismo que Serra desenhou. Pegou mal para Serra, soou falso, populista.

A presença de Marina, muito séria, concentrada, e pouco sorridente, acabou ajudando Dilma, pelo contraste, tirando dela a fama de ser uma candidata circunspecta.

A participação de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) foi muito positiva também, para ele próprio e para Dilma.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CNT/Sensus

Dilma 10 pontos à frente

Cenário fica muito próximo de definição em primeiro turno. Soma dos outros candidatos fica 3,3 pontos maior do que o percentual da candidata governista.

Pesquisa mostrou maior vantagem registrada a favor de Dilma, em cenário muito próximo de definição em primeiro turno,

Dilma Rousseff (PT), candidata governista à Presidência da República, tem dez pontos percentuais a mais do que José Serra (PSDB), o segundo colocado. A pesquisa do Instituto Sensus, mostra a petista com 41,6%, ante 31,6% do tucano.

Marina Silva (PV) vem em terceiro, com 8,5%. Outros candidatos, somados, chegam a 4,4%. Indecisos são 10,9% e brancos e nulos alcançam 3,4%. Na simulação de segundo turno, Dilma bate Serra por 48,3% a 36,6%. A pesquisa foi conduzida de 31 de julho a 2 de agosto, com 2 mil entrevistados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Serra tem a maior rejeição. São 30,8% os que não votariam no tucano, seguido por Marina, com 29,7%. Entre os três primeiros colocados, Dilma tem a menor rejeição, com 25,3%. A questão sobre quem o entrevistado acha que ganharia a eleição, Dilma obteve 47,1%, Serra 30,3% e Marina 2,2%.

DEBATE PARA PRESIDENTE

A Rede Bandeirantes transmitirá na noite desta quinta-feira o primeiro debate entre presidenciáveis na TV aberta este ano. Pelo sorteio, o debate da Band seguirá o seguinte roteiro:

- No primeiro bloco o mediador faz uma pergunta comum a todos os candidatos. Plínio Sampaio (PSOL) será o primeiro a responder seguido de Marina(PV), Dilma(PT) e Serra(PSDB).

- Na sequência virão as perguntas de candidato para candidato. Um dos postulantes faz uma pergunta e escolhe outro para responder. Cada candidato responderá no máximo duas perguntas.

- Serão três rodadas de debate direto. Na primeira a ordem é Serra, Marina, Plínio e Dilma. Na segunda, Serra, Plínio, Marina e Dilma. Na terceira, Marina, Dilma, Serra e Plínio.

- Depois, jornalistas fazem uma pergunta para cada candidato e indicam outro para comentar. A ordem é Dilma, Serra, Marina e Plínio. Por último, serão feitas as considerações finais, seguindo a ordem Serra, Dilma, Marina e Plínio.

A disposição dos candidatos no palco também foi definida por sorteio. Da esquerda para a direita: Serra, Marina, o mediador, Dilma e Plínio.

TELECIDADÃO

A Polícia Militar de Martins-RN lança o TELECIDADÃO, que funciona como uma extensão do número de emergência 190.

Por vezes, o cidadão que está em Martins precisa entrar em contato com a polícia em situações de urgência e liga para o número 190, que muitas vezes cai na central de Natal, dificultando o atendimento da ocorrência por parte dos policiais.

Diante da urgência de diversas situações a PM de Martins/RN disponibiliza dois números que poderão ser utilizados em situações de emergência, quais sejam:

 84-9652-8689 e  84-9652-8683

Tais números ficam ligados 24h sempre à disposição da população Martinense.
"Os referidos números também podem funcionar como Disk-Denúncia. Garantiremos o anonimato e contamos com a colaboração da população. Quaisquer denúncias sobre pontos de drogas ou veículos e pessoas suspeitas transitando em Martins devem ser avisados de imediato à Polícia", diz o Tenente Daniel, comandante do Policiamento local.

Caso queira fazer uma  denúncia virtual, o e-mail da PM de Martins é: pmmartins@rn.gov.br

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

APITO

Serra e Índio: qual o apito?

Ao afirmar que “o PT é chavista, que mantém relação com as Farc, e prima por desrespeitar direitos humanos”, Serra incorporou a visão de mundo da nova direita. Um estrato que, ameaçado pela abrangente emergência social promovida nos últimos oito anos, destila raiva e ressentimento.

Gilson Caroni Filho

E finalmente descortinou-se – sob os estarrecidos olhares dos eternos ingênuos – a verdade que todos, há muito tempo, já conheciam. A fluidez do processo político brasileiro, suas clivagens e crises que podem decorrer da percepção de resultados eleitorais adversos, levaram o candidato José Serra a revelar sua verdadeira natureza de classe. Reativando um surrado discurso udenista, o ex-presidente da UNE passou a endossar o protofascismo de sua base de sustentação. Mais que assegurar a adesão de eleitores da direita, pôs por terra uma tese que ganhava espaço na grande mídia e em conhecidos círculos acadêmicos.

A caracterização simplória do cenário político definia as próximas eleições mais como uma disputa por espaço eleitoral do que como polarização ideológica de projeto de país. Ressurgia, com endosso de algumas lideranças esquerdistas, a visão dos dois partidos hegemônicos (PT e PSDB) como agrupamentos politicamente inautênticos, sem verdadeiras raízes na estrutura social e sem diferenciação ideológicas nítida. A distinção se daria apenas na maior ou menor capacidade de conseguir recursos, ganhos incrementais que ignoram modificações substantivas nos programas públicos. Nada mais falacioso. Nada mais revelador da fragilidade analítica dos que vêem no governo Lula uma continuidade pura e simples da gestão FHC. As sobejas dificuldades do candidato da direita, sua necessidade de marcar posição, desmentiram os estudos de encomenda.

Ao afirmar que “o PT é chavista, que mantém relação com as Farc, e prima por desrespeitar direitos humanos”, Serra incorporou a visão de mundo da nova direita. Um estrato que, ameaçado pela abrangente emergência social promovida nos últimos oito anos, destila raiva e ressentimento; típicos da intolerância retórica que o distingue. Impossibilitada de construir sua identidade pela inserção no processo produtivo, essa parcela da classe média forja a auto-imagem por diferenciação das classes fundamentais. Sabe que não é o que mira, mas não sobrevive sem o sentimento subjetivo de pertencer a uma elite idealizada. É nesse aspecto da nossa estrutura social que Índio e Serra passam a querer o mesmo apito. E a falar o mesmo dialeto.

As diatribes recentes do candidato tucano têm uma imensa serventia para os setores progressistas. Ao criticar as relações do governo petista com países sul-americanos e com a China, assegurando que “estamos fazendo filantropia com Paraguai e Uruguai e concessões excessivas ao país asiático”, Serra sinaliza que, no caso de uma eventual vitória em outubro, retomaria a política externa de subalternidade aos interesses estadunidenses. A volta da "diplomacia de pé de meia” não é uma questão menor nem uma mudança de rota desprezível.

A própria capacidade de o país de decidir soberanamente sobre seus destinos estará novamente em jogo. A orientação tendente a beneficiar o diálogo com os países vizinhos, superando assimetrias e promovendo uma autêntica integração, para ter continuidade e ser aprofundada, não pode conviver com a submissão vergonhosa ao imperialismo. O que está em jogo, neste momento, é a verdadeira segurança nacional.

Os inimigos dos reais interesses do país, ao contrário do que pretende a oposição e seu braço midiático, não são os governos de Evo Morales e de Hugo Chávez, a quem Serra, repetindo Uribe, acusa de "abrigar as Farc". O que ameaça a nação brasileira é a humilhante prostração aos ditames de Washington. Em um país com instituições minimamente democráticas, Serra e seu vice têm como lugar certo a lata de lixo da história.

Quanto mais nos aproximamos de outubro, aumenta a urgência de ampla mobilização dos trabalhadores e demais setores populares em defesa das suas conquistas sociais e econômicas, alcançadas nos dois mandatos do presidente Lula. É bom lembrar que não se deve esperar da nova direita, que sustenta Serra, uma análise serena de um governo popular. Para ela é imperdoável que tenha havido um período tão rico em cidadania, tão pródigo em participação nos debates sobre problemas nacionais.

Jonathan Swift escreveu, certa vez, que se pode identificar um gênio pelo número de imbecis que lhe atravancam o caminho. Se o criador de Gulliver tiver razão, Lula e sua candidata, a ex-ministra Dilma Roussef, têm excelentes títulos para exigir que lhes reconheçam a genialidade. Com inveja, com rancor, com incompreensão, mobiliza-se contra eles o que há de pior na sociedade brasileira. E ainda há quem não veja diferença entre os atores.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil