SÓ GOZO COM QUEM DÁ

domingo, 15 de maio de 2011

FRANÇOIS MERECE RESPEITO

François Silvestre é um homem honrado. Tem outras qualidades. Como a generosidade, por exemplo. Mas para o momento, diante dos ataques dirigidos a ele, restrinjo-me a citar sua honradez.


Os exageros são evidentes e mal intencionados no que tem saído na imprensa sobre ilegalidades na Fundação José Augusto. Fui assessor de imprensa e editor da revista Preá no período em que ele presidiu a Fundação. Nunca vi e nem soube de qualquer ato que o desabonasse no período.

O que presenciei foi uma vontade enorme dele e da equipe que ele formou de fazer as coisas. As dificuldades burocráticas eram enormes. Travava tudo. Lembro que uma vez, no gabinete, assisti ele tirar dinheiro do próprio bolso para bancar a viagem da equipe da Preá que iria ao interior fazer uma reportagem. Esse gesto, na minha opinião, traduz bem o que foi aquele período.

Um período rico, de realizações importantes, como as Casas de Cultura, o Teatro de Cultura Popular, a Preá, a reforma na Fortaleza dos Reis Magos, a reforma na FJA, que agora dizem que não ocorreu, o que me leva crer na má intenção, não sei ao certo com qual propósito, das “denúncias” porque basta uma visita ao prédio da entidade e perguntar a qualquer funcionário sobre aquele tempo.

Convivi com François quatro anos. Tinha trabalhado como assessor de imprensa na gestão anterior, de Woden Madruga, nos oito anos do Governo Garibaldi. Sou amigo até hoje dos dois.

Pelo radicalismo que marcou a campanha sucessória de Garibaldi o esperado, o “normal” era minha saída do cargo comissionado de assessor de imprensa que ocupava. Isso eu dava como certo. O que ficou ainda mais claro depois que saiu a indicação de François para o cargo.

Isso porque anos antes eu havia criticado duramente uma antologia de poetas norte-rio-grandenses publicada pelo escritor Manoel Onofre Jr. Sobrou também para François, um dos poetas que participaram da antologia (reproduzi até trecho de poema dele, para ilustrar o equívoco das escolhas de Onofre).

Essa resenha rendeu-me vários dissabores e um deles foi a inimizade por anos com Manoel Onofre. Em um dos seus livros, François me respondeu indiretamente. Se nunca tinha havido relação pessoal com ele, depois disso é que não houve mesmo.

Por isso, não nutria a menor esperança de continuar na FJA, emprego que pagava pouco mas que eu precisava manter, pois se somava a outro que tinha e dava para ir tocando o barco. Nesse aspecto o jornalismo sempre foi padrasto para mim, jamais ganhei dinheiro nessa profissão, além daquele que me permite viver de forma eternamente periclitante, mas com alguma dignidade e desde o princípio de cabeça erguida.

Foi, então, com surpresa que recebi o convite de François para continuar no cargo, que, a princípio, pensei que fosse só de assessor de imprensa, mas que acabei acumulando com o de oeditor da Preá. Depois, fiquei sabendo que a governadora Wilma de Faria já havia indicado uma colega para o cargo, mas prevaleceu a decisão do então presidente da FJA.

Conto essa história para jogar alguma luz na personalidade de François. Foi um presidente muito querido dos funcionários, sempre pronto a ajudar quem o procurava, gabinete aberto, sem frescura de marcar hora com secretária, quem quiser tirar a prova é só fazer uma enquete rápida nos corredores da FJA.

François tem um passado de lutas cívicas que muitos gostariam de ter ou até mesmo hoje dizem ter e não passa de balela. Por isso tudo, merece respeito. E tem a minha irrestrita solidariedade.

Blog Substantivo Plural
Tácito Costa

7 comentários:

  1. Luiz Penha

    Tácito, como eu gostaria que essa sua franqueza fosse uma regra a ser seguida pelo profissionais dessa nossa área. Ao contrário, muitos preferem a subserviência. Parabéns pela coerência!

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  2. Eduardo Alexandre

    Minha irrestrita solidariedade também, Tácito.

    A administração de François na FJA foi talvez a mais profícua de toda a história da entidade, tão rica em períodos de completa inutilidade para a cultura de nosso Estado.

    Se deu azar pela esperteza de abutres de altos vôos, aboletados em gabinetes de poderes escusos, paciência, perdemos todos nós que insistimos em acreditar na arte da gente dessa terra que opta pela desconsagração.

    Viva François!

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  3. Alex Medeiros

    Verso silvestre

    Ateu convicto, nego Javé ou Jeová
    Mas em quaisquer circunstâncias
    Sou testemunha de François.

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  4. chico m guedes

    como passo dias sem ler a imprensa dessa província safada, passei batido nessas novas tentativas de atingir François.
    mas corroboro o que Tácito disse, e acrescento : não conheço NINGUÉM nessa bosta de Rio Grande do Norte que tenham honra e grandeza humana maiores do que as François Silvestre de Alencar.
    me sinto um anão na frente dele, e assim considero toda a gente que abertamente ou na calada lança dúvidas sobre sua integridade e honestidade.

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  5. "O conflito é o fardo dos que ousam pensar".

    Sobre François, ele fez mais do que pensar e refletir sobre a sociedade em que vive. É um homem de lutas que merece respeito. As tentativas de manchar sua biografia é entendível, porém, dá nojo. É entendível, pois, numa província como a nossa, homens dessa estirpe é algo raro e penso que não seja "bom exemplo" a ser seguido. Pois, para os caciques oficiais, mais vale um paiol de servos silenciados do que um sabiá que canta.

    Lembremos Martins na época do presidente da FJA,François Silvestre. Reforma do mercado que estava entregue as traças. Construção da Casa de Cultura Popular, que apesar da resistência dos donos do mundo, François lutou e construiu. O Festival Gastronômico e Cultual é outra realização da FJA em Martins.

    Respeito, é preciso respeito.

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  6. E o dinheiro(prá pagar serviços/materiais) sacado de conta particular, hein? que transparência...

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  7. Identifique-se. Que anônimo e covarde são sinônimos. Acusação sem identificação não vale um cocô. Margarida Lemos.

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