SÓ GOZO COM QUEM DÁ

terça-feira, 8 de março de 2011

A MALDIÇÃO DO FEIJÃO

Um homem tinha verdadeira paixão por feijão, mas ele lhe provocava muitos gases, criando situações embaraçosas sempre que o comia.

Um dia ele conheceu uma garota e se apaixonou.

Mas pensou: Ela nunca vai se casar comigo se eu continuar desse jeito.

Então fez um sacrifício enorme e deixou de comer feijão.

Pouco depois os dois se casaram.

Passados alguns meses, quando ele voltava para casa, seu carro quebrou.

Ele telefonou para a esposa e avisou que ia chegar mais tarde, pois voltaria a pé.

No caminho de volta para casa, passou por um restaurante e o aroma maravilhoso do feijão lhe atingiu em cheio. Como ainda estava distante de casa, pensou que qualquer efeito negativo passaria antes de chegar. Então entrou e comeu três pratos fundos de feijão.

Durante todo o caminho, foi para casa peidando, feliz da vida. E quando chegou já se sentia bem melhor. A esposa o encontrou na porta e parecia bastante excitada.

Ela disse: Querido, o jantar hoje é uma surpresa. Então ela lhe colocou uma venda nos olhos e o levou até a mesa, fazendo-o sentar-se na cabeceira.

Nesse momento, aflito, ele pressentiu que havia um novo peido a caminho.

Quando a esposa estava prestes a lhe remover a venda, o telefone tocou ela foi atender, mas antes o fez prometer que não tiraria a venda enquanto não voltasse.

Ele, claro, aproveitou a oportunidade. E, assim que ficou sozinho, jogando seu peso para apenas uma perna, soltou um senhor peido.

Não foi apenas alto, mas também longo e picotado. Parecia um ovo fritando.

Com dificuldade para respirar, devido a venda apertada, ele tateou na mesa procurando um guardanapo e começou a abanar o ar em volta de si, para espantar o cheiro.

Mas, logo em seguida, teve vontade de soltar outro. Levantou a perna e...

RRRRRRRRRRRROOOOOOOOOOOOUUUUUUUUUUMMMMMMM!!...

Esse, então, soou como um motor a diesel pegando e cheirou ainda pior!...

Esperando que o odor se dissipasse, ele voltou a sacudir os braços e o guardanapo, frenéticamente, numa animada e ridícula coreografia.

E quando pensou que tudo voltaria ao normal, lá veio a vontade outra vez.

Como ouvia a mulher, lá dentro, continuando a falar no telefone, não teve dúvidas:

jogou o peso sobre a outra perna e mandou ver.

Desta vez merecia medalha de ouro na categoria. Enxofre puro.

As janelas vibraram, a louça na mesa sacudiu, e em dez segundos as flores no

vaso sobre a mesa estavam mortas.Ouvido atento a conversa da mulher no telefone, e mantendo a promessa de não tirar a venda,

continuou peidando e abanando os braços por mais uns três minutos.

Quando ouviu a mulher se despedir no telefone, já estava totalmente aliviado.

Colocou o guardanapo suavemente no colo, cruzou as mãos sobre ele e chegou a sorrir vitorioso,

estampando no rosto a inocencia de um anjo.

Então a esposa voltou a sala, pedindo desculpas por ter demorado tanto ao telefone, e lhe

perguntou se ele havia tirado a venda e olhado a mesa de jantar.

Quando teve a certeza de que isso não havia acontecido, ela própria lhe removeu

a venda e gritou: 'SURPRESAAAA! '

E ele, finalmente, deu de cara com os doze convidados sentados a mesa para comemorar seu

aniversário!!!!!!!!!!!!!!!!
 
Luiz Fernando Veríssimo

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