A quem importa a verdade?
Acho que nem mesmo ao padre,
no contrito confessionário;
Ao abastado empresário?
Por favor! Que arma utilizaria
para iludir o consumidor?
Ao médico, o conceituado doutor?
Abalaria a saúde da sua conta bancária.
O que seria das férias no exterior?
Ao senhor das leis, o advogado?
Vamos deixar esse de lado,
não foi para isso que se formou;
Ao operário? Para que?
Reduziria sua força de trabalho,
prejudicaria a produção.
Ao professor? Coitado,
se sentiria verdadeiro idiota
ao saber que ao sistema não importa
que se aprenda a lição;
Ao estudante?
Que estímulo teria ao saber
que para os que detêm o poder
a educação não é primazia?
Ao proletariado?
Meu Deus, seria judiação!
Melhor deixar o pobre na ilusão;
À polícia? Só como piada.
Convêm deixar a sujeira guardada,
encoberta pela farda;
Ao político? Está fora de questão.
Afinal, abalaria sua imagem,
comprometeria a eleição;
Ao persuasivo vendedor?
Não tem a menor condição:
seria o fim da profissão;
Ao prodigioso filósofo?
Pouco valeria sua vã filosofia
perante a luz da exatidão;
Até ao cientista não interessaria,
pois sempre se valeu da utopia
para desvendar escuridão.
A quem, por fim, a verdade interessaria,
numa sociedade pautada em falsos valores,
moldada na farsa e na hipocrisia,
alimentada por ilusões?
José Torres
Bodado de www.papofurado.org/
Acho que nem mesmo ao padre,
no contrito confessionário;
Ao abastado empresário?
Por favor! Que arma utilizaria
para iludir o consumidor?
Ao médico, o conceituado doutor?
Abalaria a saúde da sua conta bancária.
O que seria das férias no exterior?
Ao senhor das leis, o advogado?
Vamos deixar esse de lado,
não foi para isso que se formou;
Ao operário? Para que?
Reduziria sua força de trabalho,
prejudicaria a produção.
Ao professor? Coitado,
se sentiria verdadeiro idiota
ao saber que ao sistema não importa
que se aprenda a lição;
Ao estudante?
Que estímulo teria ao saber
que para os que detêm o poder
a educação não é primazia?
Ao proletariado?
Meu Deus, seria judiação!
Melhor deixar o pobre na ilusão;
À polícia? Só como piada.
Convêm deixar a sujeira guardada,
encoberta pela farda;
Ao político? Está fora de questão.
Afinal, abalaria sua imagem,
comprometeria a eleição;
Ao persuasivo vendedor?
Não tem a menor condição:
seria o fim da profissão;
Ao prodigioso filósofo?
Pouco valeria sua vã filosofia
perante a luz da exatidão;
Até ao cientista não interessaria,
pois sempre se valeu da utopia
para desvendar escuridão.
A quem, por fim, a verdade interessaria,
numa sociedade pautada em falsos valores,
moldada na farsa e na hipocrisia,
alimentada por ilusões?
José Torres
Nenhum comentário:
Postar um comentário